Diáconos Fábio Freches e Nuno Gonçalves partilham testemunho vocacional pela Semana de oração pelos Seminários
Aveiro, 02 nov 2020 (Ecclesia) – Fábio Freches e Nuno Gonçalves vão ser ordenados padres no dia 8 de dezembro, na Sé de Aveiro, e recordam um percurso vocacional com tempos “dolorosos” mas também “desafiantes” e “provocadores” do confinamento, por causa da Covid19.
“No momento em que estivemos confinados e estarmos a celebrar com os bancos todos vazios foi uma experiência dolorosa”, disse Fábio Freches num vídeo enviado à Agência ECCLESIA pela Diocese de Aveiro.
O diácono acrescenta que durante o confinamento originado pelo coronavírus Covid-19 viveu uma experiência “diferente” porque celebravam para si, “pelos outros” mas sem “ninguém à frente fisicamente”.
“F oi uma experiência de rezar pelas pessoas que normalmente estavam por aqueles bancos”, acrescentou o jovem de 33 anos que colabora na Unidade Pastoral de Águeda.
Nuno Gonçalves recorda que a questão dos lugares vazios onde deviam estar os fiéis “é muito marcante” e contextualiza que quando se está no presbitério e se olha para a assembleia “e não se vê mais nada, aqueles primeiros dias de março, foram diferentes, desafiadores, provocadores”.
O diácono que colabora na Paróquia de São Tiago de Beduído (Estarreja) assinala que a missão do padre continua a ser a mesma ao longo dos anos, mas têm “mudando as circunstâncias, os desafios mas também as oportunidades”.
“O grande desafio é como atualizamos isso e, nestes tempos concretos, tenho algumas ideias, pontas que gostava de explorar, mas é um tempo tão novo, desafiante, que não sei propriamente dar resposta”, acrescenta.
Fábio Freches concorda que o “maior desafio do padre continua a ser o mesmo”, mas é preciso aprenderem “a estar afastados sem estar distantes”, mas estarem “cada vez mais presentes”.
Neste contexto, explica que com o confinamento podem “correr o risco” de fazer “o estritamente essencial” e não irem ao encontro, “estar presente, caminhar com”, por exemplo, “ajudar as pessoas a viver o luto que neste tempo de Covid também é de uma maneira diferente”.
“A nossa missão é estar presentes e tornar presente o Jesus que através de nós quer agir”, destaca Fábio Freches.
Os dois diáconos vão ser ordenados presbíteros às 16h00 do dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, na Sé de Aveiro e a celebração vai ser transmitida em direto pelos meios digitais.
Os futuros sacerdotes colocam-se à disposição do bispo diocesano para a sua futura missão mas se pudessem escolher, Nuno Gonçalves tem “um gosto particular pela área da Sociologia” e Fábio Freches já destaca três áreas, que o “apaixonam”, da formação anterior a área do Direito, a capelania hospitalar, pela experiência que o “marcou” no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e a pastoral juvenil que “é sempre desafiante”.
Nuno Gonçalves, que nasceu em 1991, na Freguesia de Talhadas, recorda que o chamamento vocacional começou “no banco da Igreja” e lembra que “desde pequeno” ia com os pais e o irmão “todas as semanas à Missa, ainda que a dada altura não era das coisas que mais cativava”.
“Toda a experiência de comunidade depois de saber que estou inserido num corpo maior e estamos todos em conjunto a fazer caminho foi isso que despertou”, acrescentou.
“Vontade de ser padre nunca a tive”, lembra Fábio Freches, que nasceu em 1987, na Covilhã, e revela que “ao início até foi mais o medo e o voltar para trás” mas depois foi “muita vontade de querer responder a este chamamento” que foi feito também “através de pessoas concretas, situações concretas, momentos concretos”.
A Semana de Oração pelos Seminários 2020, de 1 a 8 de novembro, tem como tema «Jesus chamou os que queria e foram ter com Ele» (Mc. 3,13) e a Diocese de Aveiro publicou um vídeo testemunhal onde os dois diáconos falam ainda sobre o porquê de ser padre, destacam quem os marcou, a importância das comunidades onde viveram.
CB/OC