Vocalista dos «The Sun» apresentou no festival aos jovens o seu livro autobiográfico «A Estrada do Sol»
Faro, 03 ago 2015 (Ecclesia) – A edição 2015 do Festival Jota, no Algarve, teve como um dos destaques a apresentação do livro “A Estrada do Sol”, que conta a forma como a banda italiana “The Sun” passou do punk rock para a música de mensagem cristã.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o vocalista e autor da obra, Francesco Lorenzi, explicou que a mudança assentou essencialmente numa “busca” pela verdadeira felicidade.
“O sentido deste livro é que, através da nossa experiência, os jovens olhem para a sua vida como uma realidade plena de possibilidades. Porque a felicidade não é coisa para alguns, é algo que está ao alcance de todos, e perceber como se pode ser feliz é a meta mais importante que temos”, frisou o artista.
Formado em 1997, então com o nome “The Sun Eats Hours”, o grupo tinha um estatuto consolidado “no panorama da música punk”, realizava tournées pelo mundo inteiro e acompanhava gigantes da música como os “Offspring e os The Cure”.
No entanto, recorda Francesco Lorenzi, “faltava sempre qualquer coisa, os membros da banda não eram felizes”.
“Realizámos muitos sonhos, mas não eramos felizes, todos tínhamos problemas, uns com o álcool, outros com a droga ou com o sexo. E durante um período de crise, depois de uma longa tournée, iniciámos um caminho de descoberta espiritual, de fé, que mudou a nossa forma de fazer música”, conta o vocalista.
Com prefácio assinado pelo cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, o livro relata a forma como o jovem, no meio dessa busca, voltou ao contacto com a Igreja Católica, onde já não entrava “há muitos anos”, e o efeito que esse regresso teve na sua vida e depois, progressivamente, na vida da banda.
“A minha mãe, vendo que eu não estava bem, propôs-me frequentar uma pequena paróquia do meu país. Encontrei pessoas felizes, simples, plenas de alegria e através delas encontrei Jesus Cristo. E quando ele entra na tua vida muda muita coisa, e neste caso mudou também a nossa música”, realça o artista.
Depois de anos a cantar em inglês, com vários álbuns editados e centenas de concertos realizados, com uma legião de milhares de fãs e um título de Melhor Banda de Rock Punk Italiana no currículo, os “The Sun Eats Hours” passaram a chamar-se simplesmente “The Sun” e a cantar música pop e rock de inspiração cristã, em italiano.
“Neste processo fomos maltratados, vivemos momentos muito difíceis. Mas, ao mesmo tempo, muitos jovens começaram a ver que eramos felizes, e começaram a perguntar-se porquê. Há pessoas do ambiente punk que estão a começar a acolher Cristo, e isso para nós é muito bonito”, realça Francesco Lorenzi.
Para o padre Pedro Manuel, diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional, a principal mensagem deste livro é que, apesar de todas as dificuldades, é sempre possível começar de novo.
“Na estrada da nossa vida, mesmo quando a vida escurece, o sol continua a brilhar, e é isto que a juventude precisa de saber. No caso deste grupo, este sol tem o nome de Jesus Cristo”, salientou o sacerdote.
Já a irmã Eliete Duarte, responsável pela Paulinas Editora que abraçou a distribuição do livro em Portugal, enalteceu o facto de esta obra vir reforçar a oferta literária cristã disponível para os mais novos.
Hoje é muito difícil escrever para os jovens porque não conseguimos ir ao encontro da linguagem deles, e neste caso é alguém do meio deles que escreve” e que “não tem dificuldade nenhuma de chamar as coisas pelos nomes”, referiu a religiosa.
CB/JCP