Em Guimarães, no primeiro Domingo de Agosto. A festa maior da cidade de Guimarães volta a recuperar o seu cariz religioso. Volvidas cerca de três décadas, as festas Gualterianas voltam a contemplar o seu patrono e santo popular, que vê recuperada a majestosa procissão em sua honra. Segundo o Pe. Armando Luís de Freitas, Arcipreste de Guimarães e vogal daquela Irmandade, a comissão administrativa reavivou uma estrutura que tinha perdido actividade muito por força do falecimento e idade avançada de anteriores elementos. Agora, “queremos uma Irmandade dinâmica que faça ressurgir com vigor todo o espírito de S. Gualter” – prometeu o sacerdote. As Festas da Cidade e Gualterianas nasceram em 1906 e constituem, ainda hoje, um dos principais cartazes turísticos de Guimarães. O nome das festas advém do franciscano S. Gualter, eremita que S. Francisco de Assis enviou a Portugal, no início do século XIII, com a missão de fundar um convento em Guimarães e de pregar, com a palavra e com o exemplo, o caminho de Deus, através da pobreza, da obediência, da humildade e dos serviços aos enfermos. No entanto, ao longo das últimas décadas, as maiores festas vimaranenses foram de tudo e de todos, menos do santo. A parte religiosa era a menos celebrada e nada conservava do antigo esplendor religioso de outros tempos, limitando-se, apenas, a uma missa mandada celebrar pela Irmandade de São Gualter no primeiro domingo de Agosto, na igreja dos Santos Passos, no Campo da Feira, onde o santo tem altar. A parte religiosa das Gualterianas sempre teve na antiquíssima ‘Procissão de São Gualter’ características próprias, anteriores à própria construção do Mosteiro e igreja de S. Francisco, em 1400. A procissão era de celebração obrigatória e, por tradição, os vereadores e oficiais da Câmara integravam-na, assumindo um papel próprio no conjunto do figurado, juntamente com o clero, irmandades, confrarias e povo que a acompanhava.
