Lisboa, 05 jan 2013 (Ecclesia) – O dia 6 de janeiro é celebrado em Espanha como em poucos lugares no mundo: os presentes são trocados nesta data, à semelhança do que aconteceu há 2000 anos no presépio de Belém.
É na tarde do dia 5 de janeiro que, um pouco por todo país vizinho sai à rua o passeio dos Reis, a «Cabalgata de los Reyes», onde as crianças se aproximam para receber caramelos e ver passar os reis Belchior, Gaspar e Baltasar.
Há 24 anos a viver em Portugal, a irmã Nuria Frau, da comunidade Verbum Dei, natural de Palma de Maiorca, recorda ser “um encanto ir à «cabalgata», com toda a família, e ver de perto os reis”,
À noite, cada casa, segundo a tradição, é visitada pelos Reis Magos com as suas prendas.
“Deixávamos na varanda um recipiente com água para os camelos beberem e outro com favas para se alimentarem e, na manhã seguinte, por magia, os recipientes estavam vazios ao lado das prendas”, recorda a irmã Nuria ao programa Ecclesia deste domingo dedicado a esta festa dos Reis.
A frustração foi grande quando os irmãos mais velhos levaram Nuria ao lugar onde as prendas estavam escondidas pelos pais mas, ainda assim, a consagrada não deixa de reviver e vibrar com a festa que diz “ser de magia e pedidos aos Reis”.
Josefina Alonso e Pepe Barber constituem uma família há 28 anos e apesar de “haver uma pequena partilha de prendas no natal”, todos os anos recriam a tradição dos Reis.
“Em nossa casa sempre se viveu esta magia e acreditamos nela, por isso tentamos transmitir também às nossas filhas”, afirma o português Pepe, filho de pais espanhóis.
“O cortejo de Reis é uma grande festa que não perdemos em família, todos os cânticos, alegria, cores e os doces que os reis atiram, torna-se um ambiente único”, acrescenta.
Josefina, sendo natural das Canárias, preserva a tradição que cada pessoa da família fica com um Rei, escolhido pela faixa etária, para o qual escrevem a carta dos pedidos e que, segundo acreditam, trará as suas prendas a cada 6 de janeiro.
“Nesse dia em Espanha, é feriado e dia de missa, mas em Portugal não. Tentamos recriar na nossa família em 1 hora e meia a tradição que lá se estende ao longo do dia”, recorda a mãe de três filhas.
No entanto, a magia dos Reis não se perde, por isso, todos os anos a família pede a visita dos Reis a Portugal e a cada 6 de Janeiro levanta-se cedo para ver as prendas.
Este ano rumam a Badajoz para celebrar e reviver a tradição que não querem deixar morrer.
PRE/LS