Fazer pastoral com os jovens

Uma Pastoral Juvenil dos Jovens e não para jovens. Este é o principal objectivo deste Departamento de Beja numa diocese onde o isolamento e a dispersão não ajudam a evangelização dos jovens. “Existem poucos grupos de jovens organizados, apesar e todas as paróquias terem jovens”, relata à Agência ECCLESIA o Padre José Manuel Guerreiro, responsável pelo Departamento da Pastoral Juvenil em Beja. Aliado à falta de organização, a dificuldade em “manifestarem a sua fé, em particular para os rapazes”. A diocese apresenta 6,2% de prática religiosa dominical, e desta percentagem, 98% são mulheres. A percentagem referente aos jovens diminui ainda mais. “A maioria dos grupos existentes são constituídos por raparigas, havendo mesmo grupos sem rapazes”, aponta o Pe. José Manuel Guerreiro. A Pastoral Juvenil está empenhada em combater a falas ideia de isolamento. “Os jovens pensam que estão sozinhos e nós queremos mostrar uma Igreja mais atraente e que é necessário a sua ajuda para a evangelização em Beja”. Ete fim de semana a Pastoral Juvenil organizou um curso de formação com o objectivo de juntos reflectir sobre a pastoral juvenil “que estamos a realizar e também dar bases, materiais e técnicas para que alguns grupos possam caminhar melhor de forma a que novos grupos possam surgir também”. Os jovens que não estão organizados em grupos participam na eucaristia e a sua maioria é catequista. O Escutismo Católico Português tem uma ampla dimensão na diocese. Por isso existe um trabalho conjunto.“Cerca de 700 jovens são escuteiros mas não temos esse número nas Igrejas”. Inverter esta situação passa por mostrar que os encontros não são reuniões onde apenas se fala de fé, “mas onde se discutem problemas actuais que lhes dizem respeito”, isolamento, ambiente, suicídio, sexualidade, por exemplo. “É possível construir uma Igreja atraente”. Novas actividades estão a surgir, através da realização de encontros locais que visam a preparação do Dia Mundial da Juventude, que em Beja se realiza a 31 de Março, com o tema proposto pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, “Como eu vos amei, amei-vos também uns aos outros”. Estes encontros preparatórios contam com a participação de cerca 30 a 40 jovens “o que para nós é uma grande satisfação”, mas significa uma etapa para algo maior que pretendemos realizar. “Queremos que a Pastoral de Jovens não seja uma pastoral para os jovens mas dos próprios jovens, responsabilizando-os na sua própria evangelização e no processo de outros jovens que porventura possam sentir uma inquietação religiosa e vocacional”, sublinha o responsável pela Pastoral Juvenil. Vão sentindo ainda dificuldade no contacto com os jovens, “pela falta de organização dos grupos, é complicado contactá-los e convidá-los à participação nas actividades”, manifesta. Mas neste processo contam com o apoio das congregações religiosas e dos párocos, mas “a idade avançado dos párocos é em si também uma dificuldade no processo de relacionamento com os jovens que não estão na Igreja”. A prioridade, no entanto agora “é consolidar os jovens que estão já inseridos em Igreja, depois partiremos em busca dos outros”. O isolamento e dispersão na diocese favorece a partilha, o trabalho em rede e a generosidade entre todos. “A falta de jovens em si também não ajuda e quando há «falta de matéria prima», as actividades reflectem essa realidade”, finaliza.

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