Fátima: Santuário lança primeira edição crítica das «Memórias» da Irmã Lúcia

Trabalho foi orientado por Cristina Sobral, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Fátima, Santarém, 08 set 2016 (Ecclesia) – O Santuário de Fátima apresentou hoje a primeira edição crítica das “Memórias” da Irmã Lúcia, uma obra para a qual contou com a colaboração de Cristina Sobral, docente e investigadora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

“Faltava uma edição crítica das Memórias, documento fundamental para o estudo de Fátima e da sua mensagem”, reconhece o reitor do santuário, padre Carlos Cabecinhas, ao apresentar este trabalho.

O livro, com os seis escritos da vidente da Fátima, foi lançado no âmbito do 24º Congresso Mariológico Mariano Internacional, que reúne até domingo na Cova da Iria várias centenas de investigadores de diversos países.

O reitor do santuário recordou aos presentes que os dois mais jovens videntes, o Francisco e a Jacinta, morreram ainda crianças, “ficando a Lúcia como única testemunha do que tinham experimentado” em 1917.

“O seu testemunho torna-se, por isso, fundamental e justifica a enorme atenção que suscitaram os seus escritos, sobretudo as Memórias, que conheceram um êxito notável e estão publicadas em 19 línguas”, sublinhou o padre Carlos Cabecinhas, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA e divulgada pela página do Santuário de Fátima na internet.

O sacerdote afirmou que um dos principais objetivos da nova obra é servir como “referência” para os investigadores que se ocupem de Fátima e para as futuras edições das “Memórias”.

Esta edição segue-se à publicação da Documentação Crítica de Fátima, como forma de “preservar as ‘fontes’ da Mensagem de Fátima”.

A edição crítica das “Memórias” conta com uma apresentação de Marco Daniel Duarte, diretor do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima, e a introdução da curadora, Cristina Sobral, a que se segue a edição crítica das seis Memórias e um apêndice.

O padre Carlos Cabecinhas elogiou o “meticuloso trabalho, marcado pelo rigor e pela competência” da docente e investigadora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Cristina Sobral interveio esta manhã no 24.º Congresso Mariológico Mariano Internacional, tendo comentado alguns aspetos dos escritos da Irmã Lúcia, como a “marca da oralidade”.

A investigadora assinalou depois que o facto de a vidente ter escrito respondendo a solicitações externas “não invalida absolutamente nada” do que é apresentado nas “Memórias”.

Marco Daniel Duarte apresentou esta quarta-feira uma comunicação intitulada 'Epistemologia de Fátima: ouvir, narrar, ler e interpretar Fátima ao longo de um século'.

O historiador afirmou que foi através do jornal 'O Século' que o fenómeno Fátima "teve a difusão rápida e o transforma de acontecimento local para acontecimento nacional e depois internacional", pelo que "a palavra notícia tem no universo Fátima sentido profundo".

O congresso mariológico, com o tema ‘O acontecimento Fátima cem anos depois. História, mensagem e atualidade’ e é presidido pelo cardeal português D. José Saraiva Martins, como enviado especial do Papa, e integra as iniciativas promovidas pelo Santuário de Fátima para a celebração do primeiro centenário das aparições.

OC

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