Fátima: Reitor regista «crescimento significativo» no número de peregrinos, nos primeiros meses de 2024 (c/fotos)

Padre Carlos Cabecinhas destaca experiência marcante para quem chega à Cova da Iria

Foto: Arlindo Homem

Fátima, 12 mai 2024 (Ecclesia) – O reitor do Santuário de Fátima disse hoje que a instituição registou um aumento de 26,5% no número de peregrinos que estiveram na Cova da Iria entre janeiro e abril deste ano, face ao mesmo período em 2023.

“É, efetivamente, um crescimento significativo, sobretudo porque estamos a falar dos meses em que a afluência a Fátima é menor”, indicou o padre Carlos Cabecinhas, na conferência de imprensa de apresentação da peregrinação internacional de maio.

O responsável precisou que, nos primeiros quatro meses deste ano, o Santuário de Fátima contabilizou 1 milhão 23 mil 680 participantes, nas 3004 celebrações que tiveram lugar na Cova da Iria.

“Significa que tivemos um acréscimo do número de participantes nas nossas celebrações, portanto de peregrinos, de 26,5% face ao mesmo período de 2023”, acrescentou.

Quanto à proveniência destes grupos estrangeiros, os 10 países mais representados são Espanha, Polónia, Itália, Estados Unidos da América, Brasil, Coreia do Sul, Filipinas, México, Croácia e Ucrânia.

Estes dados mostram que a sazonalidade em Fátima tem vindo a esbater-se e tem vindo a esbater-se progressivamente. Verificamos precisamente a tendência a termos cada vez mais peregrinos em grupos organizados, quer portugueses, quer estrangeiros, no período entre novembro e abril, isto é, fora do período das grandes peregrinações”.

O sacerdote acrescentou que, relativamente ao resto do ano de 2024 as perspetivas são “animadoras e de crescimento”.

Em resposta a uma questão dos jornalistas, o padre Carlos Cabecinhas admitiu que a situação na Terra Santa, sobretudo com a guerra na Faixa de Gaza, pode ter “influência” na presença de grupos estrangeiros

“Eu diria que assistimos ainda à recuperação ou um regresso em força, pós-pandemia, dos peregrinos a Fátima. Assistimos ao recrudescimento do fenómeno da peregrinação, nomeadamente da peregrinação a pé”, observou.

O reitor admitiu dificuldade, por outro lado, em saber quantos peregrinos de deslocaram a pé a Fátima, nos últimos dias, “porque muitos deles trazem já meios próprios de apoio” e “nem todos se inscrevem nos serviços do Santuário como grupos de peregrinos”.

“Na visita que tive a oportunidade de fazer aos postos de apoio aos peregrinos a pé mais próximos do Santuário, os voluntários foram unânimes em referir que este ano o número tinha aumentado em relação ao ano passado”, relatou.

O responsável quis sublinhar que estes peregrinos “dão um grande testemunho de fé, da fé que os anima, que os conduz no caminhar, que os traz a Fátima, mas também um testemunho de alegria e de profunda gratidão”.

“Todos testemunham de uma forma unânime que esta é uma experiência que os marca profundamente”, prosseguiu.

O Santuário de Fátima está a receber milhares de fiéis na peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de maio, contando com mais de 170 grupos inscritos, até ao momento.

A maior parte destes grupos provém de Portugal – 82 -, mas fizeram-se igualmente anunciar, junto dos serviços do Santuário, peregrinos organizados provenientes de mais de 30 países.

Foto: Arlindo Homem

D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, disse na conferência de imprensa que o aumento de peregrinos deriva da “normalização” da vida, após a pandemia, sublinhando que a “relação com Fátima, com o Santuário” tem um lugar especial para um “mundo de busca”.

“Não creio que seja simplesmente uma moda, em cada um destes peregrinos há uma busca”, indicou.

Questionado sobre o possível impacto da realização da JMJ 2023, em Portugal, para este crescimento, o presidente da Conferência Episcopal sublinhou a necessidade de “ir ao encontro” dos mais jovens.

“A Igreja tem de fazer um caminho na reelaboração da sua linguagem e isso não se pode fazer sem os jovens”, sustentou.

O bispo de Leiria-Fátima rejeitou a ideia de que a nova geração se “desligou da vida”, dando como exemplo o compromisso na área do voluntariado.

“Temos de ir ao seu encontro, de outra forma. Isso vale para a Igreja, vale para a política”, apelou.

As celebrações da peregrinação internacional de maio são presididas, este ano, pelo cardeal Juan José Omella, arcebispo de Barcelona.

OC

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Agência ECCLESIA

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