Sacerdote repete experiência de peregrinação até ao Santuário mariano, através do percurso da Rota Carmelita
Conímbriga, 09 mai 2024 (Ecclesia) – O padre João Soares, da Diocese de Viseu, considera que peregrinar é “um ato muito essencial na vida cristã” e uma “terapia” que ajuda a “ganhar tempo” no meio de uma vida agitada “com serviços pastorais,” “estudos” e serviço nas “paróquias”.
“A nossa vida é uma peregrinação e, portanto, peregrinar todos os anos a Fátima significa isso mesmo. Retomar este caminho sempre novo até Deus e, portanto, tem muito a ver com isso. Não propriamente como um ato de promessa, mas como recordar que a nossa vida é uma peregrinação aqui na Terra”, afirmou o sacerdote, que peregrina até Fátima, no percurso da Rota Carmelita, integrado num pequeno grupo de peregrinos da Diocese de Viseu.
A Igreja Católica atravessa na atualidade um processo sinodal, num período entre o a 1ª e a 2ª sessões da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos e, para o padre João Soares, este é também um caminho sinodal.
“A igreja faz-se caminhando, por isso é que a igreja é povo de Deus. É um povo que caminha, que se faz ao caminho, que está sempre em constante mudança e, portanto, peregrinar até Fátima também é isso mesmo. É mostrar que a igreja é uma igreja em caminho, uma igreja em saída, uma igreja em constante mudança e também sinodal, sem dúvida”, sustenta.
Para o padre João Soares, os peregrinos rezam também “com os pés”, no caminho até à Cova de Iria, um percurso que serve também para “meditar”.
“É também um momento de introspeção, de também analisar como é que as coisas vão neste caminho interior”, indica.
Esta é também uma oportunidade para saborear a encíclica ‘Laudato Si’, “olhar para a natureza, “a beleza das árvores, das florestas e sobretudo as relações humanas”.
“Porque a ‘Laudato Si’ é isso mesmo, mostrar que somos pessoas em relação uns com os outros, nesta casa que é de todos, que é comum, e, portanto, que temos que respeitar e viver como realmente o Papa quer e como os tempos exigem, cada vez mais”, assinala o sacerdote.
Esta é a terceira peregrinação do padre João Soares, que vive a chegada ao Santuário “com uma emoção muito grande”: “Principalmente depois de nós andarmos tanto, também peregrinar com a dor, é uma sensação reconfortante chegar ao colo da mãe”.
“Uma mãe cura sempre toda a dor, alivia sempre todo o desespero e parece que saímos renovados quando chegamos. Parece que já não há dor, já não há nada. Já é uma alegria imensa chegarmos ao colo da mãe, isso sem dúvida”, salienta.
Tal como o padre João Soares, também Luísa Magueijo repete a experiência de peregrinação ao Santuário de Fátima.
A peregrina, natural do Porto, conta, em entrevista à Agência ECCLESIA, que foi viver há 30 anos para Viseu com o marido, lá construíram família, e que decidiu inscrever-se numa peregrinação a Fátima, promovida pela paróquia de Viso.
“Não me identificava nada com a cidade de Viseu, para mim era tudo muito diferente quando cheguei e, a partir daí, comecei-me a identificar, comecei a criar amizades que eu chamo verdadeiras, onde todos lutamos pelo mesmo objetivo, onde temos um grupo de amigos”, sublinha Luísa Magueijo, que considera que peregrinar é também um ato “de entreajuda”.
Este domingo, o Programa ‘70×7’ transmitido pelas 07h30, na RTP2, reúne os testemunhos de peregrinos que peregrinos que estão nos tradicionais caminhos de Fátima, mas também na Rota Carmelita, que começa em Coimbra.
LFS/LJ/OC