Compositor Fernando Lapa compôs canto mariano com oito estrofes para o santuário
Fátima, 20 jun 2017 (Ecclesia) – O Santuário de Fátima convidou os coros litúrgicos a uma peregrinação jubilar onde ouviram em estreia mundial a obra «Magnificat», do compositor Fernando Lapa, no âmbito da celebração do Centenário das Aparições de Nossa Senhora.
“Este canto mariano por excelência é de louvor interior, não há espalhafato nesta alegria e esse lado agrada-me particularmente mesmo”, afirmou o compositor em declarações à Agência ECCLESIA.
Fernando Lapa disse que foi um “desafio interessante, sugestivo e mobilizador” porque criou uma peça musical que “é um serviço à liturgia” e tentou juntar “duas coisas diferentes”, por um lado “a expressão da fé, o primeiro impulso, e expressá-lo com arte”.
O ‘Magnificat’ de oito estrofes foi apresentado este sábado na Peregrinação dos Coros Litúrgicos ao Santuário de Fátima e o compositor revelou que para si é o canto por excelência do Novo Testamento, “talvez o texto mais bonito também do ponto de vista poético”.
“Gosto desta história, é o terceiro magnificat que escrevo – Porto Capital da Cultura em 2001, um grupo de pequenos cantores há uns dois anos – e o primeiro em português de um texto fabuloso, procurei ser digno dele”, comentou ainda o professor no Conservatório e escola superior.
O padre Joaquim Ganhão, que foi convidado pelo santuário para ajudar na coordenação da peregrinação, realçou que o ‘Magnificat’ do conhecido compositor “ajuda numa linguagem contemporânea a entrar no mesmo e único mistério de sempre”.
“Este centenário é uma grande sinfonia, um grande Magnificat com Maria a Deus por estes cem anos da mensagem de Fátima”, acrescentou o sacerdote da Diocese de Santarém, destacando o “bom acolhimento” da peregrinação que mobilizou cerca de “três mil cantores, de 161 coros, do continente e ilhas”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre Joaquim Ganhão disse que uma peregrinação a Fátima estimula a “participação na liturgia” e assinalou que o santuário mariano foi, “desde sempre, uma das grandes escolas” que ensinou Portugal “a rezar, a cantar e celebrar, a viver a liturgia”.
“São inúmeros os peregrinos que aqui vêm e nas suas comunidades, às vezes, procuram replicar a experiência que fazem em Fátima”, sublinhou.
O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade (CELE) apresentou a conferência ‘O louvor do canto e da música na Liturgia’ e destacou que a importância do canto e da música para a liturgia é fazer com que “a participação seja mais ativa, mais consciente, mais frutuosa”.
“O canto e a música para a liturgia não são mera decoração para animar a celebração, não é paralelo à celebração, é parte integrante. Os coros litúrgicos, todos os elementos que os constituem, exercem um verdadeiro e autentico ministério que precisa de ser cada vez mais reconhecidos e até agradecido”, desenvolveu D. José Cordeiro em declarações à Agência ECCLESIA, adiantando que vão publicar um ‘Cantoral Nacional’.
O também bispo de Bragança-Miranda disse ainda que é necessário mais formação e o “objetivo, imperativo e convite” da CELE é “formação, formação, formação bíblica, litúrgica, pastoral, espiritual, técnica, todas as dimensões da formação integral”.
A peregrinação nacional dos coros litúrgicos ao Santuário de Fátima concluiu com a recitação de Vésperas com “o desejo” de dar-se “continuidade, quem sabe uma vez ao ano, como acontece com outros ministérios e serviços”.
CB/OC