Fátima: Terço «não é uma oração ultrapassada» – Marco Daniel Duarte

Santuário inaugura exposição «Rosarium: Alegria e Luz, Dor e Glória» com peças únicas.

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

Fátima, 25 nov 2022 (Ecclesia) – O comissário da exposição «Rosarium: Alegria e Luz, Dor e Glória» que vai ser inaugurada, este sábado, no Santuário Fátima, considera que esta mostra pretende sublinhar “que o terço não é uma oração ultrapassada” e que se inscreve nos “textos evangélicos”.

“Esta exposição pretende mostrar que o terço não é uma oração ultrapassada, que rezar o rosário é uma oração que se inscreve naquilo que a Igreja defende como o que há de mais evangélico porque os mistérios estão ancorados em textos evangélicos”, disse, esta sexta-feira, Marco Daniel Duarte aos jornalistas na apresentação da exposição

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

As peças patentes no Convivium de Santo Agostinho (piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade), até outubro de 2024, pretende meditar nos “mistérios olhados pelos crentes como mistérios da humanidade e também de Deus”, frisou o comissário.

A primeira parte está “mais ligada ao instrumento de rezar, ao próprio terço ou rosário enquanto conjunto de contas que leva os fiéis a olharem para os mistérios da vida de Cristo”.

O “signo da contemplação” é o centro da segunda parte da exposição onde aparecem “quatro grandes cenários” que correspondem aos ciclos dos mistérios do rosário: alegria, luz, dor e glória.

“Através de um conjunto de peças, sempre em diálogo entre arte antiga e arte contemporânea fazem esse cenário museológico que leva os visitantes a contemplarem cada um desses mistérios”, disse aos jornalistas Marco Daniel Duarte.

Esta exposição, que tem lugar 20 anos depois da edição da Carta Apostólica sobre o Rosário – «Rosarium Virginis Mariae» -, escrita por João Paulo II, e publicada a 16 de outubro de 2002, “tem como grande objetivo proporcionar uma reflexão sobre uma das dimensões mais estruturantes da mensagem de Fátima: rezar o terço para alcançar a paz”, explica o comissário da exposição

A exposição é uma oportunidade para mostrar “também algum do espólio importante” que o Santuário de Fátima tem em seu poder.

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

“Uma parte desse espólio são terços, alguns deles de peregrinos anónimos mas também de figuras conhecidas do catolicismo contemporâneo, como Papas ligados a Fátima, a começar pelo Papa Bento XV, que pontificava na época das aparições, até ao Papa Francisco”, referiu o responsável.

A exposição pretende colocar “em diálogo peças de arte antiga e de arte contemporânea”, e apresenta duas obras originais criadas, propositadamente, para esta exposição: «Saltério», de Ana Bonifácio, uma peça que trabalha com terços oferecidos ao Santuário de Fátima por peregrinos anónimos e «In Paradisum», de Ana Lima-Netto, uma peça que trabalha o tema do “Paraíso em diálogo com um Cristo Ressuscitado do século XVII e que pertence à Irmandade dos Clérigos, no Porto”.

Além destas peças de arte contemporânea, a exposição integra ainda mais quatro peças que pertencem ao Museu do Santuário de Fátima: «Suspensão», de Joana Vasconcelos; «Sinais do Presépio», de Emília Nadal; «Jaz morto e arrefece o Menino de sua Mãe», de Clara Menéres; «Apanha do Maná» e «Última Ceia», de Rolando Sá Nogueira.

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

Algumas destas peças estarão junto de outras mais antigas que foram cedidas pelo Tesouro da Catedral – Museu de Arte Sacra de Viseu.

Na exposição podem ainda ser vistos terços que pertenceram aos Pastorinhos Francisco, Jacinta e Lúcia.

“Num mundo assolado pela guerra, o tema pareceu-nos da maior pertinência”, acrescentou, lembrando ainda que tem também o objetivo de apresentar esta temática aos milhares de jovens que no próximo ano, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (01 a 06 de agosto) passarem por Fátima.

“A linguagem do terço está longe de estar esgotada e, ao contrário do que à primeira vista possa parecer, coaduna-se com os valores da contemporaneidade, sobretudo no que se relaciona com os conceitos de contemplação que os tempos atuais exigem”, explicou Marco Daniel Duarte.

LFS

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Agência ECCLESIA

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