Apresentador e humorista deu o seu testemunho na peregrinação dos mais novos ao Santuário
Fátima, 05 mai 2018 (Ecclesia) – Milhares de jovens das várias dioceses do país acorreram hoje a Fátima para a edição deste ano do ‘Fátima Jovem’, a tradicional peregrinação nacional da juventude, que contou com o testemunho do apresentador e humorista António Raminhos.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre Filipe Dinis, diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, considerou fundamental congregar os mais novos num local que, 100 anos depois, continua a ser um “centro” de expressão e vivência da fé cristã “mas também um centro de encontro, de reflexão” acerca da vida e da humanidade.
A partir da figura de Maria, que “disse o seu sim” a Deus, a Igreja Católica é chamada a desafiar os jovens a “centralizarem-se com o essencial, com este Jesus Cristo” e “a não terem medo” de se afirmarem hoje como católicos.
Este encontro, com o tema ‘Eis a serva do Senhor, faça-se em mim a tua vontade’, foi pensado “na proximidade com a Jornada Mundial da Juventude”, em janeiro de 2019 no Panamá, e mais no imediato, com “o 13 de maio”.
“Isto proporciona tornarmo-nos também peregrinos desta Mãe e a percebermos que esta atitude de serviço nos ajuda a encontrar verdadeiramente com Jesus Cristo”, salientou o padre Filipe Dinis.
Neste momento, o SNPJ está a preparar a participação nas JMJ 2019 que implicará uma deslocação longa, com tudo o que isso implica também em termos de disponibilidade dos jovens e de custos.
“Essa é a parte mais difícil”, admite o sacerdote, adiantando ainda que está também em marcha a elaboração de um conjunto de “catequeses” que servirão para melhor preparar os mais novos para este evento internacional, que contará como habitualmente com a presença do Papa.
Esta tarde, o programa do ‘Fátima Jovem’ contou com um convidado especial, o humorista e apresentador António Raminhos, que foi desafiado pelo DNPJ a deixar o seu testemunho aos participantes.
“Se alguém me disse há 10 anos que eu iria estar em Fátima a falar com jovens peregrinos, eu iria sorrir, mas aconteceu”, brincou o humorista, ressalvando que “o convite não é assim tão inusitado”.
“Eu sou uma pessoa de fé, dei catequese, fiz o Crisma, portanto tenho aqui uma certa responsabilidade nesta missão, de vir aqui”, salientou.
Sobre o contacto com os jovens, António Raminhos destacou “uma conversa sobre as questões da fé, que por si só também tem graça”.
“Hoje está muito na moda ser ateu, parece que é assim algo muito na vanguarda, muito revolucionário, não acreditar em nada dessas coisas. A fé é uma questão muito pessoal, todas as pessoas têm fé, mesmo aquelas que não acreditam”, defendeu.
Quando questionado sobre qual é o maior desafio que os jovens hoje apresentam à Igreja, António Raminhos apontou para a importância de “tornar a própria Igreja mais jovem, mais aberta”.
“Com este Papa, acho que essa mudança está a acontecer e eu acho que esta malta nova tem que ajudar um bocadinho nesse sentido, com a ajuda dos novos padres. Tornar a Igreja mais apetecível, isto com coisas simples. Nem que seja com novos cânticos, com novas abordagens aos modos de orar. O mundo evoluiu e a Igreja tem de acompanhar essa evolução”, frisou o apresentador.
Para esta tarde estão ainda reservadas para os jovens um conjunto de iniciativas de oração e reflexão no Santuário de Fátima, mas também vários momentos lúdicos e musicais.
Para o padre Paulo Vicente, da Diocese de Viseu, esta foi uma ocasião especial, uma vez que teve a oportunidade de trazer dois grupos de jovens que nunca tinham participado nesta iniciativa da Igreja Católica, e do DNPJ.
“Eu já cá vim vários anos e então vim-lhes mostrar um pouco o que é esta peregrinação nacional”, referiu o sacerdote, para quem a pastoral com os mais novos é um trabalho desafiante.
“É interessante porque temos que fazer algum trabalho com eles mas depois aceitam bem isso e uns puxam pelos outros. E então, os nossos grupos de jovens estão a crescer”, realçou aquele responsável.
O dia de hoje neste ‘Fátima Jovem’ vai terminar com um concerto-oração protagonizado pelo padre João Paulo Vaz, da Diocese de Coimbra.
HM/JCP