Fátima, 10 Mar 2021 (Ecclesia) – A Imagem nº 2 da Virgem Peregrina de Fátima vai deslocar-se ao Cáucaso, em setembro e outubro, a pedido do núncio apostólico na Arménia e na Geórgia, D. José Bettencourt, que já manifestou “a sua alegria” por esta viagem inédita.
Esta será a primeira vez que a imagem visita estes territórios da ex-União Soviética, passando ainda pelo Azerbaijão, segundo o representante diplomático do Papa.
“Os católicos do Cáucaso alegram-se pela notícia da visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima à região”, refere o arcebispo, nascido nos Açores, em depoimento enviado, em fevereiro, à Agência ECCLESIA.
A imagem, que vai passar pelas paróquias e comunidades católicas dos três países, tem uma intenção específica “de reconciliação e de paz”, numa zona onde permanecem congelados vários conflitos, alguns reacesos no decurso do ano passado, que ameaçam a estabilidade e a segurança de toda a região.
Para José Milhazes, jornalista e autor do livro “A mensagem de Fátima na União Soviética-Rússia”, a presença de Fátima no Cáucaso “é particularmente importante numa região do Continente Europeu fustigada, há muitos anos, por guerras e graves crises políticas, pois a mensagem emanada da Cova da Iria é de paz entre os homens”.
“Certamente que a imagem da Virgem Maria será recebida por corações e braços abertos na Arménia, primeiro país a proclamar o Cristianismo como sua religião no longínquo ano de 301. A Arménia está envolvida numa guerra com o vizinho Azerbaijão desde 1989 e estes dois países precisam de paz, de uma reconciliação que tarda em chegar” destaca o jornalista que foi correspondente da SIC na Rússia.
A residir em Portugal, o jornalista salienta, por outro lado, “a longa e profunda crise interna” que assola a Geórgia.
“A presença de Fátima na Geórgia contribuirá para tornar os corações mais pacíficos, mais abertos ao diálogo e irá certamente recordar-lhes o contributo dos missionários portugueses para o resgaste dos restos mortais da mártir georgiana Santa Ketevan, cujo suplício está representado em azulejos nas paredes do Convento da Graça, em Lisboa”, disse.
Também a jornalista Aura Miguel, uma das vencedoras do Prémio de Jornalismo instituído no Centenário das Aparições, com uma reportagem multimédia intitulada “Fátima na Bielorussia, uma chama que a URSS não apagou”, desenvolvido em parceria com Joana Bourgard, lembra que a presença da Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima na região do Cáucaso pode ajudar a “consolidar a paz e unidade” entre os cristãos e a “reforçar o diálogo com o Islão”, nesta zona estratégica entre a Europa e a Ásia.
A presença da Imagem peregrina de Fátima será uma ocasião “privilegiada para reforçar este anseio de paz e de diálogo, e sem qualquer distinção de carácter étnico, linguístico, político ou religioso”, concluiu.
LFS