O grande alpendre da Capelinha das Aparições é uma das peças «mais relevantes da arquitetura religiosa contemporânea portuguesa»
Fátima, 01 set 2022 (Ecclesia) – O Santuário de Fátima assinala que o arquiteto José Carlos Loureiro, que faleceu esta quarta-feira aos 96 anos, teve um papel fundamental na conceção da sua obra edificada e “marcou de forma indelével a paisagem arquitetónica”.
“A ele se deve a fácies pós-moderna do Santuário de Fátima que foi já marcada por uma arquitetura que anunciava a estética minimalista que o século XXI viria a conhecer, estética já visível nas fachadas dos edifícios que delimitam o recinto de oração do Santuário da Cova da Iria”, explicou Marco Daniel Duarte, responsável pelo museu do santuário.
O historiador afirmou que José Carlos Loureiro “marcou de forma indelével a paisagem arquitetónica” do Santuário de Fátima, uma figura destacada no seio da terceira geração de arquitetos modernistas portugueses.
No Santuário de Fátima destacam-se várias obras da sua autoria, o arquiteto assinou projetos relativos ao grande alpendre da Capelinha das Aparições (1982), “uma das peças arquitetónicas mais relevantes da arquitetura religiosa contemporânea portuguesa”, ao Centro Pastoral de Paulo VI, inaugurado pelo Papa João Paulo II, no dia 13 de maio de 1982, ao edifício da Reitoria (1986), e à remodelação da Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores (1996).
“Este arquiteto contribuiu ainda para renovação artística dos anos 80, indicando vários escultores e pintores para a dignificação dos espaços do santuário com obras de arte”, acrescentou Marco Daniel Duarte, à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima.
José Carlos Loureiro nasceu na Covilhã, a 2 de dezembro de 1925, foi para o Porto em 1941, para ingressar a Escola de Belas-Artes, foi, por exemplo, o autor do Pavilhão dos Desportos-Palácio de Cristal; em 2013, doou o seu acervo profissional à Fundação Marques da Silva, instituída pela Universidade do Porto; O seu funeral realiza-se esta sexta-feira, às 11h00.
CB