Presidente da celebração convidou à confiança em Deus, perante interrogações face ao futuro
Fátima, 12 jul 2020 (Ecclesia) – D. Vitorino Soares, bispo auxiliar do Porto, presidiu hoje à celebração da vigília da peregrinação internacional de julho, no Santuário de Fátima, onde evocou as questões e sofrimentos gerados pela atual pandemia.
“Também nós hoje nos interrogamos, diante do contexto de pandemia que vivemos e que a todos nos afeta: situações traduzidas pelas incertezas, inseguranças, pela desconfiança, pelo desemprego, pelas dificuldades financeiras, pelo isolamento… Também nos interrogamos, quando é que isto vai acabar, como será o futuro?”, disse o responsável, na reflexão que apresentou a centenas de peregrinos reunidos na Cova da Iria, esta noite.
O presidente da celebração da terceira peregrinação internacional aniversária de 2020 deixou uma mensagem de esperança para todos os presentes: “A Palavra de Deus não deixará de gerar vida no povo de Deus e em cada um de nós”.
O importante é que a Palavra de Deus encontre um bom terreno, um bom coração. Não um coração insensível e indiferente. Não um coração inconstante e superficial. Não um coração preenchido apenas pelas coisas materiais, pelas riquezas. Mas um coração bom, que dá bons frutos”.
D. Vitorino Soares começou por agradecer o convite do cardeal D. António Marto para presidir a uma peregrinação internacional pela primeira vez.
“Nesta hora e nestas circunstâncias da pandemia que vivemos, saudamos Maria, nossa Mãe e invocamos a sua proteção e o seu aconchego maternal”, disse.
O bispo auxiliar do Porto deixou votos de que esta peregrinação de julho seja “momento de graça e misericórdia para todos”.
“Nesta noite, invoquemos Maria, nossa Mãe, para que o nosso coração acolha a grande palavra que é o seu Filho, Jesus; e interceda por cada um de nós, pelas nossas famílias e pelo mundo”, concluiu.
Durante a celebração da Palavra, os participantes rezaram pelas vítimas da pandemia de Covid-19, “para que a graça e a misericórdia de Deus sejam sua esperança e seu conforto”.
No final da cerimónia, o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, convidou os presentes a confiar a Nossa Senhora os seus “anseios, preocupações, tristezas e alegrias”.
A celebração das aparições do 13 de julho de 1917 tem por base a narrativa contada por Lúcia, recorda o Santuário de Fátima, que elenca quatro elementos principais: “O pedido de Nossa Senhora de voltarem, no dia 13 seguinte; a insistência na oração do terço, para o abrandamento da guerra; os pedidos da Lúcia para a cura de algumas pessoas próximas; e a promessa de Nossa Senhora de fazer um milagre, em outubro, para que todos acreditassem”.
Esta é segunda peregrinação do ano a ser celebrada com o recinto aberto à participação da assembleia, depois do período de confinamento imposto pela pandemia, seguindo um formato mais breve.
A peregrinação prossegue esta segunda-feira às 09h00, com a recitação do Rosário; às 10h00 tem lugar a Missa Internacional, no Recinto de Oração, com a Bênção dos Doentes, concluindo-se com a Procissão do Adeus.
Durante as celebrações, o Santuário de Fátima mantém o protocolo de segurança em vigor, com um renovado pedido aos peregrinos para que respeitem o distanciamento social e o uso de máscara, bem como a higienização frequente das mãos.
“As entradas e saídas do Santuário estão devidamente assinaladas bem como os percursos para a Comunhão”, acrescenta a instituição.
OC