Imaculada Conceição: D. José Ornelas evoca mães «vítimas dos bombardeamentos, atrocidades e violências desumanas»

Bispo de Leiria-Fátima presidiu a Missa da solenidade, desafiando peregrinos a assumir «missão de cuidado e proximidade»

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 08 dez 2022 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima recordou hoje na Cova da Iria as mães de todo o mundo que são vítimas da guerra e da violência, falando na homilia da Missa da solenidade da Imaculada Conceição.

“Não me parece desproporcionado ver essa imagem de Maria nas mães vítimas dos bombardeamentos, atrocidades e violências desumanas, na Ucrânia e em todas as outras situações de guerra e de miséria do nosso planeta”, referiu D. José Ornelas, no recinto de oração do Santuário de Fátima.

A celebração, com transmissão online, reuniu milhares de pessoas, incluindo grupos organizados as dioceses portuguesas de Braga, Porto e Lisboa, além de peregrinos da Itália, Irlanda e Reino Unido, segundo informações da instituição, enviadas à Agência ECCLESIA.

D. José Ornelas, também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, apresentou Maria como “Mãe e modelo da Igreja, acolhendo Jesus morto nos seus braços”, como tantas mulheres que hoje, “fiéis à sua missão de mães”, resistem “junto a cruzes de filhos mortos ou buscando caminhos, com risco da própria vida, a fim de encontrar refúgio e futuro para aqueles de quem cuidam com carinho, mesmo a preço da própria vida”.

“Não as devemos esquecer, porque são a figura mais nobre da nossa humanidade, mais sofredora”, insistiu.

Maria transmite aos seus novos filhos a sua própria missão de cuidado e proximidade para com todos os que sofrem e os que tombam vítimas do ódio, da injustiça, da miséria, da guerra e da própria limitação humana”.

O bispo de Leiria-Fátima sustentou que a celebração da Imaculada Conceição aponta ao “sonho e o projeto transformador de Deus para uma nova humanidade” e “gera um modo novo e fraterno de estar no mundo”.

“Celebrar não é apenas afirmar um dogma. É abrir-se, como Maria, ao amor transformador de Deus, com gestos concretos de acolhimento, de carinho e de cuidado, que superam a violência o domínio egoísta e o conflito”, reforçou.

Foto: Santuário de Fátima

D. José Ornelas pediu que os católicos sejam “cuidadores de todas as fragilidades da humanidade e da terra que a sustenta”, mesmo quando essas atitudes “significa estar junto às cruzes dos que sofrem e morrem, especialmente dos pequenos e dos excluídos”.

O responsável evocou, na sua homilia, a promessa de Maria aos pastorinhos, nas Aparições de 1917, “o meu Coração Imaculado triunfará”.

“Este tipo de triunfo continua a acontecer em Fátima, em toda a Igreja e em todo o mundo, com os peregrinos e peregrinas da vida, que abrem, como Maria, o seu coração ao amor de Deus revelado no Coração do Senhor Jesus”, apontou.

Para D. José Ornelas, estes peregrinos “aprendem a fugir da tentação do egoísmo, da violência, da guerra, do abuso e do domínio sobre os outros”.

OC

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Agência ECCLESIA

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