«Não se pode ser filho do Pai do Céu e odiar ou tratar mal quem quer que seja» – bispo de Leiria-Fátima
Fátima, 22 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima lembrou as crianças vítimas de guerra, violência e abusos, nas celebrações da Festa Litúrgica dos Santos Pastorinhos Francisco e Jacinta Marta, que se assinalou na terça-feira.
“Não se pode ser filho do Pai do Céu e odiar ou tratar mal quem quer que seja”, afirmou D. José Ornelas, na missa presidida na manhã de terça-feira, na Basílica da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima, sublinhando a necessidade deste “aviso” hoje, “perante milhares e milhares de crianças assassinadas, pelos bombardeamentos em Gaza, no Iémen, no Sudão, na Síria, e em tantas outras guerras”.
“Como é importante [este aviso] perante os milhões de crianças que morrem de fome e de miséria todos os dias, que não têm escola ou cuidados de saúde, que são vítimas de violência e abusos dos adultos, na família, na escola, na igreja”, defendeu.
Sobre os santos pastorinhos, o bispo diocesano recordou-os como “duas crianças, de uma família humilde”, que se tornaram santas por mobilizarem “rapidamente milhares de pessoas, mais que qualquer outro evangelizador da Igreja nesse tempo”, informa o Santuário de Fátima.
“[Francisco e Jacinta] foram simplesmente crianças, e deixaram-se maravilhar pelo esplendor do olhar de Maria, a Mãe, e aprenderam a olhar para Deus, com a confiança de quem olha para os pais, e isso deu lhes uma grande força para suportar todos os sofrimentos”, destacou.
“Não foi uma brincadeira, foi um caminho que nos ensina a todos”.
Segundo D. José Ornelas, os santos pastorinhos “viveram na escola da Mãe Maria e Nossa Senhora mandou-os à escola, mas foi igualmente escola para eles, uma escola fundamental de vida e de visão do mundo e de um mundo que não era nada fácil”.
O Santuário de Fátima tem promovido uma “série de iniciativas que destacam a espiritualidade e o carisma das duas crianças que continuam hoje a servir de modelo em todo o mundo”, informa o sítio online.
Durante a tarde, o Santuário acolheu um momento catequético, seguido de recitação do rosário, com a participação de alunos do Colégio de Fátima, onde se rezou “por todas as crianças que estão na catequese” e por todos aqueles que fazem a guerra e por aqueles que sofrem por causa dela.
Também na segunda-feira, as vítimas da guerra na Ucrânia foram “particularmente lembradas durante o terço” e em momentos de veneração aos túmulos.
LJ/OC