«Agora que a Mãe do Céu ouviu o nosso grito de paz, sejamos nós também construtores dessa mesma paz», apelou o presidente da peregrinação internacional de outubro
Fátima, 13 out 2023 (Ecclesia) – D. Américo Aguiar, presidente da peregrinação internacional aniversária do 13 de outubro a Fátima pediu aos peregrinos que rezem pela paz, recordando quem foge da guerra na Ucrânia ou na Terra Santa, sem “esquecer” o “cemitério” no Mediterrâneo.
“A esta hora que estamos aqui, mais ou menos descansados, contentes e felizes, há crianças, homens, mulheres, idosos, a fugir na terra de Jesus, a fugir da guerra, da morte, da violência”, disse o novo cardeal português, na homilia da Missa conclusiva das celebrações, na Cova da Iria.
O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, bispo eleito de Setúbal, afirmou que “não está tudo bem”, em contraponto ao lema que se ouviu durante a pandemia de Covid-19, “vai ficar tudo bem”.
“A esta hora há homens, mulheres e crianças a fugir da guerra, na Ucrânia, na Terra Santa, como noutros países”, sublinhou.
O cardeal português pediu aos milhares de peregrinos presentes no recinto de oração de Fátima para rezarem: “Gritemos à Mãe do Céu que queremos paz”.
“Que a paz saia da nossa boca, das nossas palavras, mas também do nosso coração. Agora que a Mãe do Céu ouviu o nosso grito de paz, sejamos nós também construtores dessa mesma paz”, acrescentou.
Neste contexto de paz, D. Américo Aguiar disse que não podiam “esquecer” o Mar Mediterrâneo, recordando a recente visita do Papa a Marselha, no final de setembro.
“Há homens e mulheres que sonham construir as suas vidas nesta Europa que para eles é um sonho novo. Que sejamos capazes de converter esse cemitério numa autoestrada de amor que permita a construção de sonhos, de famílias, de alegria e de felicidade nesta velha Europa que somos”, desenvolveu.
O cardeal português salientou que “em Fátima não há estrangeiros, nem fronteiras” e partilhou que perdeu “a conta ao número de vezes” que esteve naquele altar do mundo, ficando “sempre surpreendido com a beleza” que a presença dos peregrinos reflete.
“Não vejo uma multidão de pessoas, mas sim um sem número de homens, mulheres, jovens e crianças que dão testemunho de uma fé inabalável”, explicou.
O Santuário de Fátima informou, que até às 17h30 desta quinta-feira, se fizeram anunciar 114 grupos de peregrinos de 32 países, da Europa, África, América e Ásia.
“Queridos peregrinos, Fátima sois vós”, afirmou D. Américo Aguiar na homilia, na qual declarou que, hoje, Jesus não entregaria “a chave do Reino dos Céus”, mas uma password (palavra-chave).
“A passaword do Reino dos Céus é amor. Perguntaram a pobres e sem abrigo de Roma o que esperavam do Sínodo, da Igreja, eles responderam mais amor. É isso que queremos: sejamos amor,”, acrescentou.
No final da sua reflexão, o presidente da peregrinação internacional aniversária do 13 de outubro reforçou o seu pedido de orações pela paz: “Que sejamos paz, todos e cada um”.
“Rezemos pelo querido Papa Francisco, rezemos pelo Sínodo, e não querendo abusar da vossa generosidade, peço-vos que rezeis por mim e pela minha amada Diocese de Setúbal, que o sucessor de Pedro me confiou”, concluiu, com votos de uma boa viagem de regresso e bom almoço para todos.
O Santuário de Fátima informou que, no final da celebração, D. Américo Aguiar vai oferecer a Nossa Senhora o báculo, a cruz episcopal JMJ e o anel cardinalício, para pedir a “sua muito especial intercessão pela paz”,.
Os paramentos utilizados durante as celebrações do 13 de outubro são os mesmos que foram desenhados para a Jornada Mundial da Juventude 2023.
No momento da oração universal, os peregrinos pediram “pelas famílias de toda a terra, especialmente as que vivem no meio de guerras e perseguições”, e também pela Guarda Nacional Republicana que celebra, nesta sexta-feira, 111 anos “ao serviço da segurança e da ordem pública no distrito de Santarém, para que cada um dos seus militares”.
O reitor do Santuário de Fátima tomou a palavra, no final da Missa, agradecendo a D. Américo Aguiar a presidência da celebração, bem como as suas palavras, em nome do bispo da Diocese de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, atualmente no Vaticano, a participar no Sínodo dos Bispos.
“Apelo a continuarmos a rezar pelos bons frutos do Sínodo, mas a continuarmos também a rezar pela paz no mundo, de modo especial na Terra Santa e na Ucrânia, bem como em todos os lugares onde a paz ainda não é uma realidade”, declarou o padre Carlos Cabecinhas.
CB/OC
Fátima: «No coração da Mãe cabem sempre todos» – D. Américo Aguiar