D. José Leonardo Montanet presidiu à peregrinação internacional de julho na Cova da Iria, saudando «a mais popular e importante» aparição mariana do século XX
Fátima, 13 jul 2021 (Ecclesia) – O bispo de Ourense, Espanha, disse hoje em Fátima que é preciso ajudar os adolescentes e os jovens “e não criticá-los”, assinalando que a pandemia “perturba as vidas” de todos.
“Viveram num mundo de mudanças permanentes, cheio de imensas incertezas, muitos com dúvidas sobre o seu futuro, o significado e a utilidade dos seus estudos, muitos preocupados com a sua família, muitas vezes desfeita ou cheia de confrontos violentos”, referiu D. José Leonardo Montanet, que presidiu à peregrinação internacional do 13 de julho.
Perante os peregrinos reunidos no santuário nacional, com as medidas de segurança impostas pela Covid-19, o bispo de Ourense salientou que, “não menos importante”, muitos adolescentes e jovens estão “sem esperança” porque lhes falta uma perspetiva de trabalho digna e segura.
“São problemas muito complexos e temos de ajudá-los a resolvê-los, os problemas deles são também os nossos”, afirmou, incentivando os adolescentes e jovens a irem “sempre em frente”, como dizem os portugueses, “ir sempre mais longe” e que tenham como referência as palavras de São João Paulo II: “Não tenhais medo, abram as portas a Cristo, ele nunca vos faltará”.
D. José Leonardo Montanet observou que a sociedade hoje está a passar por “graves transformações que afetam a todos”, especialmente as pessoas mais vulneráveis, lembrou as crianças e os idosos, incentivando que “não desanimem”.
Hoje e aqui, com a nossa presença queremos realizar o desejo de Nossa Senhora – ‘venham aqui no dia 13 de cada mês e rezem o terço pedindo a paz e o fim da guerra’ –, continuamos a viver a experiência de desolação e guerra, talvez nos nossos países não vivamos como naquela guerra mundial, mas existem outros conflitos que causam tantas mortes”.
O bispo de Ourense questionou sobre o número de crianças que “morreram nos seios das suas mães”, em 2020, na Europa, e quantos suicídios aconteceram de pessoas jovens que “procuraram a morte porque a vida tinha perdido sentido para eles”.
“E as famílias, as escolas e as nossas faculdades onde se pregam ideologias que matam a fé nas jovens gerações, é preciso atender ao pedido da virgem, rezar, especialmente aqui neste santuário de Fátima, um lugar privilegiado de oração e conversão”, acrescentou.
No altar do Recinto de Oração da Cova da Iria, o presidente da peregrinação de 13 de julho disse que se deve “levar muito a sério a espiritualidade de Fátima que “tem umas conotações muito bonitas”, como “a procura da conversão de todos e a paz”.
Que a nossa oração e súplica sejam sempre por todo este mundo tão carente de uma vida mais espiritual onde reine o ser e nunca o ter. Que acabe a pandemia, as guerras e em toda a terra exista união, respeito e atenção pelos que não acreditam, pelos que estão longe, pelos ateus e agnósticos, sem esquecer que devemos sempre esforçar para tratar melhor a natureza”.
A peregrinação internacional aniversária começou esta segunda-feira e D. José Leonardo Montanet presidiu à vigília – oração do rosário, procissão das velas e celebração da palavra -, na qual afirmou que Fátima é a aparição mariana “mais popular e importante do século XX, na Igreja Universal”, informa o santuário da Cova da Iria.
O Santuário de Fátima informa que participam na Peregrinação internacional Aniversária de julho um grupo de Portugal e 11 internacionais: quatro de Espanha, dois de Itália, dois da Polónia, um da Croácia e outro da França.
Esta peregrinação de julho, que evoca a terceira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos videntes, tem como tema ‘Louvai o Senhor, que levanta os fracos’, e terminou com a Missa internacional com a bênção dos doentes e a procissão do adeus.
CB/OC