Fátima: A Imagem «Vestida de Branco» é «modelo para os artistas de primeira água» (c/vídeo)

Exposição assinala os 100 anos da escultura de Nossa Senhora de Fátima, que estará na mostra no dia 13 de junho de 2020

Fátima, 29 nov 2019 (Ecclesia) – O comissário da exposição «Vestida de Branco», comemorativa do centenário da primeira escultura de Nossa Senhora de Fátima, considera que a imagem é “modelo para os académicos e para os artistas de primeira água”.

A escultura de Nossa Senhora do Rosário de Fátima venerada na Capelinha das Aparições foi oferecida, em 1920, por Gilberto Santos e é uma obra de José Ferreira Thedim, “um escultor santeiro, muitas das vezes depreciado pelos académicos, é depois modelo para os académicos e para os artistas de primeira água que fazem carreira ao nível da arte e da estética”, referiu à Agência ECCLESIA Marco Daniel Duarte, comissário da exposição.

Esta atividade cultural vai ser inaugurada este sábado, no Santuário de Fátima (Convívium de Santo Agostinho) e intitula-se «Vestida de Branco» porque nos relatos da irmã Lúcia, quando foi interrogada, uma das formas de descrever a aparição foi através destas palavras: “A Virgem Maria estava vestida de branco”, frisou aquele historiador de arte.

O santuário de Fátima considera “importante assinalar esta efeméride” através de uma exposição, “uma forma de comunicar através da via da beleza”, e mostra aos peregrinos e outros visitantes, até 15 de outubro de 2020, “como foi o processo de criação da escultura” e como ao longo de várias gerações, “os cristãos trabalharam a ideia daquela que se veste de branco, mas também se veste de todas as cores”, disse.

A exposição está dividida em sete núcleos, estando alguns deles subdivididos, para mostrar de “forma pedagógica” os conteúdos ligados entre si e o diálogo entre as várias épocas.

«Vestida de Branco» pretende “não ser apenas uma coleção peças antigas” vindas do passado, mas pretende “inovar e levar os artistas a olhar para a figura de Maria” e interpretá-la no século XXI através “do seu pensamento estético”, sublinhou Marco Daniel Duarte.

A “fina flor” dos artistas antigos e contemporâneos está patente na exposição comemorativa do centenário da primeira escultura de Nossa Senhora de Fátima que é feita de madeira (cedro do Brasil) e tem várias camadas cromáticas e os motivos dourados são feitos com folha de ouro.

O “melhor que se fez em Portugal” para representar a Virgem Maria está na exposição, desde uma peça do século XIV, “estilística do românico, com a virgem sentada com o menino ao colo” e também “uma virgem do leite, no contexto do período gótico”.

Até 1920, a história da arte e a história do cristianismo “não conheciam a representação da Virgem Maria através da brancura das vestes”, isso é feito em Portugal, “a partir do contexto de Fátima, e história da figuração mariana ganha uma nova maneira de representar esta mulher”.

“O ideal de beleza de cada época é plasmado na figuração da Virgem Maria”, visto que os autores em cada época tiveram como “protagonista para a sua criação” estética a Virgem Maria, acrescento o comissário da exposição.

A escultura de Nossa Senhora de Fátima está a celebrar cem anos, mas “não pode estar presente na exposição porque o Santuário de Fátima tem uma responsabilidade muito grande com os devotos” que se deslocam à Cova da Iria.

Apesar desta responsabilidade para com os peregrinos, os visitantes da exposição podem visualizar aquela imagem na exposição “no dia 13 de junho de 2020, na parte da tarde”, data em que se celebra o centenário da chegada à Cova da Iria.

LFS

 

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Agência ECCLESIA

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