Iniciativa vai decorrer em formato inédito, com eventos em cada diocese católica, em ligação com Roma
Cidade do Vaticano, 29 dez 2021 (Ecclesia) – O secretário do Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé) apelou à mobilização das comunidades e dioceses para o Encontro Mundial das Famílias 2022, marcado para Roma (Itália), de 22 a 26 de junho.
“Cada paróquia ou comunidade deve mobilizar-se e fazer um encontro multicêntrico como lhe chama o Papa Francisco”, disse à Agência ECCLESIA o padre Alexandre Awi Mello.
Apesar desta atividade da pastoral familiar ter o seu centro na capital italiana, o responsável sublinha que o encontro vai decorrer também nas dioceses do mundo inteiro, num modelo inédito.
“Vamos aproveitar para que todos possam, nas mesmas datas, fazer paralelamente um encontro em cada diocese, onde se possa reunir as famílias e refletir sobre o tema do encontro que é o ‘Amor em família: vocação e caminho de santidade’”, indicou.
Nas dioceses do mundo inteiro deve realizar-se “um encontro presidido pelo bispo” e através da internet os participantes podem “receber todos os impulsos do que acontece em Roma”, acentua o secretário do Dicastério para os Leigos, Família e Vida.
No site deste evento, as famílias podem “descarregar as sete catequeses”, subsídios que ajudam a preparar o encontro mundial do próximo ano.
Passados cinco anos da publicação da exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’, do Papa Francisco, o padre Alexandre Awi Mello realça que este evento mundial serve também para “resgatar uma carta” que tem “uma beleza e profundidade muito grande”, mas “infelizmente alguns debates após o lançamento fizeram com que a beleza do documento não fosse aproveitada por todas as famílias e pela pastoral familiar”.
Neste documento do Papa Francisco existem “12 pontos que toda a pastoral familiar deve refletir”, por isso “é um tempo para mergulhar na exortação apostólica e resgatá-la para o bem das famílias”, acrescentou o responsável.
Em relação ao Sínodo dos Bispos 2021-2023, que tem como tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão’, o sacerdote pede às famílias “que se envolvam” no processo sinodal.
“O Papa quer que todos sejam escutados”, por isso “é preciso valorizar a abertura da Igreja para as periferias”.
“Aqueles que estão afastados têm muito a dizer”, finalizou.
O Papa escreveu no último domingo uma carta aos casais de todo o mundo, aludindo aos vários impactos da pandemia e dos confinamentos, com uma mensagem de “proximidade”, particularmente a quem viveu momentos de perda e separação.
“Vivemos enormemente a incerteza, a solidão, a perda de entes queridos e fomos impelidos a sair das nossas seguranças, dos nossos espaços de controlo, da nossa forma de fazer as coisas, das nossas ambições, para nos interessarmos não apenas pelo bem da nossa família, mas também pelo da sociedade, que depende igualmente do nosso comportamento pessoal”, refere o documento, divulgado pelo Vaticano, na festa litúrgica da Sagrada Família.
Francisco assinalou assim o primeiro aniversário da proclamação do ano especial ‘Família Amoris Laetitia’, iniciativa que teve início na solenidade de São José deste ano (19 de março) e decorre até à celebração do X Encontro Mundial das Famílias, em Roma.
LFS/OC