Família: Participação e diversidade marcam respostas ao inquérito sobre a família

Uma paróquia, uma diocese e um blogue retratam a divulgação do questionário e a adesão das comunidades a esta consulta

Lisboa, 21 de fev 2014 (Ecclesia) – O inquérito promovido pelo Vaticano sobre a família e divulgado nas paróquias, dioceses e blogues colheu um “significativo” número de participação, mostrando a “valorização” dos cristãos e a vontade de “tornar a Igreja mais compreensiva”.

Segundo o padre Constantino Alves, da paróquia de Nossa Senhora da Conceição, na diocese de Setúbal, que apostou na distribuição do inquérito aos grupos, movimentos e na folha paroquial, dinamizou uma reunião “de quatro horas” aberta a todos, onde os participantes afirmaram a vontade de a Igreja ser “mais compreensiva e mudar algumas das suas orientações com a ternura e compaixão de Jesus que não discriminava as pessoas”.

“Pediu-se à Igreja que olhe pastoralmente de modo diferente para os divorciados, separados, em união de facto ou recasados no que se refere ao acesso aos sacramentos, particularmente à Eucaristia e à recusa de padres em batizarem os seus filhos”, escreve o pároco num texto publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, dedicado à Família.

Um dos pontos “mais sensíveis do debate”, escreve o padre Constantino, é o “elevado número de «uniões de facto», as relações pré-matrimoniais, o casamento civil de pessoas o mesmo sexo e ao recurso aos métodos artificiais para a regulação da natalidade no seio das suas próprias famílias”.

Também o blogue «Religionline», que recolheu 76 respostas, aponta a “discordância com a doutrina tradicional da Igreja para as questões familiares”, com destaque para o “pensamento sobre o planeamento familiar e contraceção”.

António Marujo, que integra a equipa que dinamiza este espaço afirma, em texto escrito no semanário, que quis privilegiar a “participação”, manifestando estar perante uma “oportunidade de abrir ao maior número possível de pessoas” um processo de “reflexão importante para todos os crentes e desejado pelo Papa”.

As respostas, que a equipa considera “um número positivo para um blogue que não é muito conhecido”, traduzem uma “grande diversidade de pontos de vista, quer no diagnóstico, quer nas soluções que apontam”.

A sinodalidade, sublinha ainda o jornalista, parece ser um caminho encetado, pelo “conhecimento e o debate das respostas diocesanas e nacionais”, mostrando que os assuntos “todos dizem respeito”.

O Setor da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa recebeu 14000 respostas do inquérito que disponibilizou online, entre 18 de novembro e 8 de dezembro de 2013, sendo que “cerca de 3500 foram de outras dioceses”,

Segundo os responsáveis o questionário foi “enviado por email em formato digital” a todo o clero e responsáveis de movimentos do Patriarcado de Lisboa, tendo a sua divulgação chegado a cerca de “100 países”.

Num texto escrito para o Semanário ECCLESIA, os responsáveis de Lisboa adiantam ainda que número de respostas “excedeu em muito as perspetivas iniciais” e que, a imagem da realidade da família de hoje “sai reforçada pelos numerosos comentários livres que acompanharam as respostas de escolha múltipla” provenientes de “universo muito diversificado, tanto a nível etário como de prática religiosa”.

O Sínodo dos Bispos dedicado ao tema da família vai ter duas assembleias gerais, uma extraordinária em outubro de 2014 e outra ordinária em outubro de 2015.

LS

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