Concertação no horizonte

Alfredo Teixeira, teólogo e antropólogo, analisa o alcance e as novidades da auscultação sobre a família no contexto do Sínodo dos Bispos.

Alfredo Teixeira, teólogo e antropólogo, analisa o alcance e as novidades da auscultação sobre a família no contexto do Sínodo dos Bispos. Mais do que a oportunidade de um sínodo, o professor da Universidade Católica considera que a Igreja deverá passar a um estado de sinodalidade. O “efeito” Papa Francisco pode ajudar a essa renovação, onde já não é possível contar com dispositivos como um Concílio e em contextos que personalizam lideranças. Para contar com a família, Alfredo Teixeira afirma que um discurso ideológico tem de ser substituído na Igreja por reais investimentos pastorais.

 

Agência ECCLESIA (AE) – Em todo o processo de auscultação para preparar o Sínodo dos Bispos sobre a Família, o que surge como novidade?

Alfredo Teixeira (AT) – O que é verdadeiramente novo é a atenção que sociedade em geral e em particular os católicos mostraram face a esta inquirição.

O processo de auscultação no contexto de sínodos não é algo novo. Noutros sínodos e noutras circunstâncias, em mobilizações em torno de determinados interesses pastorais, por exemplo, é frequente que se faça algum tipo de auscultação, tendo como objetivo a sensibilização do terreno eclesial para as questões que vão ser debatidas. E normalmente as pessoas que respondem são escolhidas pelas dioceses, como tendo particular interesse por aqueles assuntos.

Esta auscultação ganhou uma dimensão que qualquer dispositivo deste género nunca teve, pelo interesse que as pessoas mostraram. Com uma marca: as pessoas perceberam que o Papa estava genuinamente interessado em ouvi-las.

 

AE – E é essa a marca diferenciadora em relação a outros inquéritos?

AT – Sim, é essencial. As pessoas não se mobilizam para responder se não perceberem que aquilo que vão dizer pode ser ouvido. O que gerou um problema: todo este processo foi um pouco caótico. A Igreja, nas suas estruturas locais, não terá pensado suficiente no modo de operacionalizar a auscultação.

Nalguns países o processo de organização da auscultação foi entregue a institutos sociopastorais, que têm competências nessa área e procuraram recolher essa informação, como aconteceu na Suíça. Noutros houve metodologias diferentes, por dioceses ou em iniciativas espontâneas fora dos quadros normalizados da vida eclesial.

Foi um acontecimento inédito e por ser inédito um pouco desorganizado, sem percebermos totalmente como é que todo este conjunto de repostas vai poder refluir na estrutura do sínodo.

Há um problema relativo à gramática da participação que não está ainda pensado e operacionalizado, o que não deve esconder a extraordinária adesão e a perceção dos cristãos de que havia uma vontade genuína de os ouvir sobre os temas da família a partir de sensibilidades e experiências de vida próprias.

 

Da ficção à realidade

AE – Numa entrevista às revistas dos jesuítas, o Papa Francisco afirma: “Os Consistórios e os Sínodos são, por exemplo, lugares importantes para tornar verdadeira e ativa esta consulta. É necessário torná-los, no entanto, menos rígidos na forma. Quero consultas reais, não formais”. É isso que já está a acontecer?

AT – Diria até que antes eram consultas fictícias. Se o dispositivo não se dirigia à realidade, o reflexo que tinha era de uma certa ficção sobre essa realidade.

 

AE – Quer isso dizer que muitos sínodos partiram de pressupostos errados?

AT – Muitos sínodos não tiveram os dispositivos necessários para fazer uma real auscultação e os problemas foram pensados a partir das experiências pastorais que os bispos conhecem. E eles não existem fora da realidade, presidem à comunhão das comunidades, estão em contacto com elas…

É nova a possibilidade da comunidade, a partir da iniciativa pessoal dos cristãos, tomar a palavra desta forma. Os cristãos perceberam que o Papa tinha uma vontade diferente relativamente a este processo de auscultação.

 

AE – Trata-se de uma determinação do Papa ou de uma atitude que contagiou a estrutura do sínodo e a própria Igreja?

AT – Acho que contagiou. Mas o sínodo é um dispositivo institucional. E requer canais e modos próprios para que a vida possa chegar até a esse dispositivo, existindo uma dificuldade em perceber se essas vias estão suficientemente abertas e organizadas.

Que existe um efeito Papa Francisco, quer na cena pública quer no terreno eclesial, isso parece-me evidente! Mesmo em relação a indicadores sociométricos muito simples. Por exemplo, um sociólogo italiano que tem estudado alguns aspetos da religiosidade em Itália, observando com detalhe as flutuações da prática dominical no país mostrava recentemente que em relação ao indicador da prática católica existe na Itália um efeito Francisco.

Há também uma reflexão que temos de fazer: as dinâmicas sociais têm hoje condições para ser relativamente efémeras, por estarem associadas ao protagonismo de alguém, desaparecendo com esse protagonismo. Não me parece, por isso, que um discurso vazio e otimista seja aqui interessante. A Igreja Católica tem antes de encontrar novas formas de pensar as comunidades, a sua comunicação com o espaço público. E este Papa abriu claramente a Igreja para esse elã, sem dizer em muitos casos como é que isso se tem de fazer.

Há, assim, uma grande responsabilidade das igrejas locais, enquanto estruturas animadoras e lugares de inscrição da vida cristã, que não estão em muitas das suas dimensões no mesmo dinamismo. Não podemos ter a ilusão de que ao entusiasmo da identificação direta do católico com o Papa corresponde a mesma transformação em todas as outras estruturas eclesiais. Elas são assim mesmo: as transformações, em instituições complexas como a Igreja Católica, não vão acontecer à mesma velocidade em todos os seus espaços… Começam por um lado!

Temos de olhar para este momento como um tempo oportuno.

 

AE – Como enfrentar esse desafio, no Vaticano e nas igrejas locais?

AT – O espaço comunicativo transformou-se muito nas últimas décadas, pelo menos desde João Paulo II.

As novas plataformas de comunicação permitem que uma liderança religiosa possa ter um contacto quase direto com a sua base social. Mas temos de ter em conta que essa relação pode subsistir nesse plano comunicativo sem transformar o resto.

No caso do Papa João Paulo II, o lugar de inscrição foi o espaço “massmediático”. Os católicos tinham uma relação com o Papa de muita proximidade, mas mediada pelos mass media, não pelas estruturas eclesiais.

Bento XVI teve de lidar também com essa transformação, com as dificuldades geradas pelo seu estilo e pelo percurso intelectual, que não se dá muito bem com a multidão, a “massa” que o espaço mediático convoca.

Com Francisco encontramos uma realidade nova: a comunicação já não é com a multidão, mas adquire uma dimensão personalizado.

Quando observamos as caricaturas, o humor que se constrói em torno de uma pessoa, é possível perceber o que está em causa porque o humor é um acelerador da mensagem. No caso do Francisco, os humoristas têm explorado o Papa que é capaz de telefonar a alguém através do telemóvel, que é capaz de responder a um problema concreto que alguém lhe coloca.

Há uma imagem diferente, que privilegia a dimensão comunicativa, já não na grande praça de multidão, mas afirmando-se numa relação quase pessoal, que pode subsistir de uma forma um pouco paralela ao que são as estruturas eclesiais.

O grande desafio deste pontificado será, assim fazer refluir uma coisa sobre outra: como é que uma relação nova, um estímulo novo que é dado por um Papa e pela relação que quer ter com os católicos e com o espaço público em geral pode refluir, pode transformar as estruturas eclesiais que, em todo o caso, são necessárias para dar corpo a esta vida.

 

Reformar com novos dispositivos: a concertação

AE – Por aí se irá avaliar a capacidade reformista deste pontificado?

AT – Uma instituição como a Igreja transforma-se na medida em que incorpora dinâmicas reformistas. A ideia de reforma é interior à sua própria história. 

Neste momento é necessário perceber atá que ponto este elã tem uma dimensão reformista. E ainda é relativamente cedo para tirar conclusões, embora haja já sinais disso (como o interesse pela reforma da Cúria Romana), num contexto em que já não é possível contar com os mesmos meios que outros propósitos reformistas tinham.

João XXIII tinha um Concílio que é um instrumento de reforma muito importante. Pensar hoje um Concílio requer uma análise da situação muito mais completa e efetivá-lo implica pensar a Igreja numa complexificação à escala mundial. Basta ter presente o simples facto de que há um número muito maior de bispos…

Um dos desafios deste Papa é ter de pensar os dispositivos que podem organizar uma reforma. Há no desígnio de Francisco um intuito reformista. Mas ele próprio terá algumas dificuldades em perceber que dispositivos podem agir sobre as estruturas eclesiais para os dinamizar nesse impulso reformista

 

AE – A reforma do próprio sínodo será o meio para desencadear a reforma?

AT – Sim, é possível. Sobretudo na medida em que seja expressão e desencadeie uma cultura sinodal mais alargada.

 

AE – Passar da existência de um sínodo a uma existência em sinodalidade…?

AT – Exatamente.

Os Sínodos diocesanos que têm acontecido, em particular no espaço europeu, tiveram impactos muito diferentes. Na França, por exemplo, os dinamismos sinodais introduziram alterações significativas na forma de organização das comunidades, nos dinamismos de evangelização. Em Portugal, pareceu-me que de uma forma geral os sínodos ficaram por uma certa celebração da identidade da própria Igreja local, uma espécie de encontro fraterno que alimenta a identidade, mas não estavam imbuídos de um espírito de transformação. Isso requer dispositivos concretos, meios para introduzir dinamismos novos nas comunidades.

Não é o simples facto de juntarmos as pessoas que vai produzir efeitos. Há uma cultura de sinodalidade de participação que é necessário desenvolver, o que tem de ser feito em diferentes âmbitos. Um deles pode ser a do próprio Sínodo dos Bispos, na sua estruturação interna, na forma como as vozes das igrejas locais vão ser ouvidas e respeitadas pode conduzir a um alargamento do espírito de sinodalidade.

O termo sinodalidade transcreve o que, num ponto de vista mais neutro, chamaríamos a concertação. Quando falamos em concertação social, a tentativa chegar a lugares de encontro dos diferentes interesses e sensibilidades em relação a um determinado problema social, é algo semelhante ao que encontramos no espaço eclesial. Mas o espaço eclesial tem mais competências para o fazer, porque a partir de uma vocação comum, de uma missão. Assim, deveria ser mais fácil encontrar esses caminhos de sinodalidade.

Seria muito interessante que do próprio sínodo saísse um dinamismo que pudesse contagiar as estruturas locais da Igreja sob este impulso da sinodalidade.

 

AE – O processo de análise e da elaboração de conclusões, neste sínodo, poderá ser objeto também de mudanças? O Papa permanecerá como o único a propor conclusões de uma reflexão abrangente?

AT – Não tenho conhecimento detalhado dos aspetos organizativos deste sínodo. Parece-me que as alterações que o Papa já fez à sua dinâmica visam superar o problema de chegarmos ao fim e termos uma espécie de um texto liso, ideal, distanciado da realidade e dos problemas que as pessoas vivem. A linguagem deste Papa não tem sido essa, antes a de procurar uma formulação muito simples, direta, dirigida à vida das pessoas nos seus problemas.

Parece-me, por isso, legítimo esperar que a metodologia que o Papa quererá implementar no sínodo facilite a chegada de toda essa sensibilidade aos textos autorizados.

 

AE – O Papa continuará a chamar si todo o processo de decisão, também nesta temática?

AT – Se a sinodalidade envolver todas as dimensões do sínodo, não podemos ter uma dinâmica caraterizada por uma assembleia que discute diferentes sensibilidades e depois toda essa riqueza é como que esmagada por um qualquer processo de síntese global, feito por ator, mesmo o protagonista ou um dos atores privilegiados. Há um problema de metodologia.

Algumas dos grandes desafios eclesiológicos hoje, relativos ao que é a compreensão da Igreja, passam essencialmente pelo saber fazer. E nesse ponto de vista a memória eclesial é tão rica! Basta pensar na História da Igreja desde as primeiras gerações, onde encontramos continuamente a recomposição dos modos de agir e de pensar em comum. A Igreja tem na sua própria tradição muitos contextos e oportunidades para pensar o que podem ser os modos de fazer. A questão essencial não seria tanto refletir de novo sobre os grandes sentidos da experiência eclesial, aprofundada com grande riqueza pelo Concílio Vaticano II e em sínodos sobre a sua receção, mas no como fazer. Se este sínodo pudesse ser um ponto de partida para uma grande reflexão sobre a gramática que organiza a vida das comunidades, nas suas múltiplas relações – deste a interparoquial, a interdiocesana, à relação das igrejas locais com Roma, com as outras igrejas – se encontrássemos um impulso neste sínodo para esse “como fazer”, seria um contributo muito interessante!

 

Um primado social

AE – O próprio conceito do Primado de Pedro pode ser reconsiderado?

AT – Essa é uma questão bastante difícil. Mais uma vez, os contextos de transformação social têm muito mais impacto do que parece sobre uma realidade que poderíamos considerar apenas pelo carácter dogmático, disciplinar ou administrativo.

Os textos do Concílio Vaticano II fornecem-nos uma grande dinâmica da afirmação das igrejas locais, contrastando muito com o que tinha sido com o Concílio Vaticano I, onde se afirma com uma intensidade muito grande o Primado de Pedro, do ministério Petrino.

A figura do Papa como aquele que preside à comunhão católica não tem de todo a mesma preponderância no Vaticano II, afirmando-se antes as igrejas locais, a centralidade da autoridade episcopal.

No entanto, acontece uma transformação social muito grande que conduz facilmente a um extraordinário protagonismo das diferentes lideranças. Qualquer dos padres conciliares estaria longe de pensar nesta transformação, que já é um pouco visível no pontificado de Paulo VI e sê-lo-á extraordinariamente no de João Paulo II, oferecendo-lhe a possibilidade de se singularizar e de poder estabelecer uma relação personalizada com o espaço católico.

Se perguntar a um católico o nome de batismo de algum dos papas anteriores a João Paulo II, raros serão os que saberão o nome italiano de Paulo VI ou João XXIII. Mas muitos saberão o nome polaco de João Paulo II ou o nome alemão de Bento XVI, assim como o nome hispano-italiano do Papa Francisco. Isso significa que o Papa passou a transportar para o seu próprio ministério uma biografia, uma história que permite uma identificação pessoal com o Papa.

Assim, o seu primado passou a ter uma outra mediação, que não é apenas a eclesiológica e canónica. Há um primado de outra ordem, que é de reconhecimento e moral, que se viu fortalecido. E não vejo como é que isso possa ser ultrapassado, como é que a Igreja, com uma liderança universal numa pessoa que preside à comunhão (o que não acontece com as Igrejas protestantes) se vai poder dispensar desta centralidade comunicativa.

Ainda não se refletiu convenientemente sobre as novas condições do exercício do Primado, que não só as estritamente canónicas e eclesiológicas, mas que são agora de índole social e que tem uma enorme eficácia.

 

AE – E é aí que a sociedade se revê?

AT – É aí que podemos encontrar um espaço de comunhão, com caraterísticas novas. O próprio Papa pode também tornar-se num elo de ligação e dinamização com outras instituições, incluindo as eclesiais, de forma diferente.

João Paulo II, dentro do seu pontificado, houve claramente o desejo de estabelecer uma aliança com as diferentes lideranças religiosas convocando-as para darem testemunho desse bem essencial que a humanidade precisa, a paz e a reconciliação. Os gestos que promoveu, em torno de Assis, são claramente um testemunho dessa transformação.

O primado tem hoje outros significados. A possibilidade de liderar uma certa consciência pública acerca dos efeitos perversos de um determinado modelo de organização económica e financeira é também uma forma nova do exercício do primado. Não é apenas eclesiástico, mas também moral, passando a ter uma extraordinária importância na nossa sociedade

 

Família: de um discurso ideológico a investimentos pastorais

AE – Que aproximação é necessário acontecer para que o discurso normativo e moral sobre a Igreja se adeque à realidade familiar da atualidade, tornando-a também por essa via um espaço de transmissão da identidade crente?

AT – Historicamente, a família foi o lugar da grande aliança que fez penetrar o cristianismo nas culturas. Nas sociedades do Atlântico-Norte, que fizeram história com o cristianismo e construíram um cristianismo histórico que chega até nós, a religião penetrou culturalmente a partir da centralidade que família ocupou nessas sociedades.

Seria muito importante permitir que o que a Igreja diz sobre a família não se tornasse facilmente uma arma de luta ideológica.

Há muitos contrastes ideológicos no discurso sobre a família e o seu lugar nas sociedades, independentemente de serem católicos ou não. E há um discurso que se afirma como católico sobre a família que em muitos casos se enraíza muito mais numa determinada conceção ideológica sobre a família, livre de se afirmar no espaço público, mas que não me parece que possa ter como modelo único o fundamento da tradição eclesial.

Penso que a Igreja se pode claramente refontalizar mais, pensar aquilo que na sua própria história foi o lugar da família nos processos de evangelização, sem se vincular a um determinado modelo, que chamaria ideológico de família. Deve haver um espaço mais alargado para a diversidade das famílias se poderem afirmar.

Por outro lado, parece-me que há uma certa contradição nos processos pastorais. Apesar da Igreja ter um discurso muito centrado sobre a família, muito presente na cena pública, quando chegamos ao terreno, à realidade paroquial, não é de todo claro que a família seja um lugar de investimento pastoral. As dinâmicas pastorais paroquiais têm estratégias muito centradas na ideia moderna da conversão individual, da autenticidade individual da fé, que leva a desconsiderar o contexto familiar como lugar de experiência.

Pode exemplo, quando uma família chega a uma paróquia para pedir o batismo para as suas crianças, se disser que o faz porque sente uma obrigação familiar, isso será imediatamente desvalorizado. Do outro lado teremos alguém que chamará a atenção para aspetos importantes, como a responsabilidade individual, a consciência crente de adesão a Jesus Cristo mais do que uma tradição familiar. Mas neste discurso, o que temos também é uma clara desvalorização do contexto familiar como uma oportunidade de identificação cristã.

Como é difícil a uma família com crianças pequenas encontrar um espaço dominical para a celebração dominical da eucaristia onde possa estar como família, onde as crianças não se tornem um estorvo e possam ter uma imagem da missa que não seja apenas a do horizonte do tronco dos adultos que encontram à frente…!

Apesar de discurso muito moralizante sobre a família, não é evidente que nas comunidades elas sejam um interlocutor dos processos pastorais. A catequese, por exemplo, é dirigida às crianças sem a consciência de que ela só poderá produzir efeito se for dirigida às famílias. Pensar na catequese como um dispositivo de transmissão às crianças, como se fosse uma escola da fé, sem a capacidade de provocar as famílias é uma opção que tem muito poucos frutos, como o mostram os resultados.

É necessário passar da ênfase excessiva acerca de uma norma moral para as condutas familiares para uma lógica pastoral em que a família, como ela existe, possa ser interlocutor das práticas pastorais, do que são as lógicas da ação pastoral nas comunidades.

 

AE – Só assim poderá realizar a experiência crente?

AT – Só na medida em que se sentir interlocutor pode tornar-se sujeito eclesial. Enquanto a família se vir apenas como lugar precário face a um modelo moral que em muitas dimensões pode ser visto como inalcançável, exigente e deixando-as esmagadas com essa exigência, é difícil pensar o lugar da família como um contexto de experiência eclesial.

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