Professor universitário Juan Ambrósio considera que documento teve um impacto positivo
Lisboa, 04 abr 2014 (Ecclesia) – O professor universitário da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), Juan Ambrósio destaca “o impacto positivo e o acolhimento” que teve o inquérito de preparação para o sínodo dos bispos a começar em outubro sobre a família.
“Há que destacar o impacto positivo e o acolhimento que este inquérito teve, foi um número de respostas muito grande e significativo, por exemplo no patriarcado de Lisboa receberam-se 14 mil respostas”, disse Juan Ambrósio em declarações à Agência ECCLESIA.
O professor universitário sublinha a novidade desta consulta “que foi diferente do habitual” porque é “normal haver uma consulta em todos os sínodos mas até agora tinha sido uma consulta mais dirigida a responsáveis das dioceses” e não aberta à resposta pública como neste caso aconteceu.
“A grande novidade aqui é que há muitas respostas que vêm das fronteiras, de gente que está com um pé dentro e outro fora ou que não se sente suficientemente acolhida ou que não se identifica o suficiente” e essas pessoas olharam para este inquérito “como uma oportunidade de puderem falar e sentiram que havia interesse em escutá-las”, enfatiza Juan Ambrósio em declarações à Agência ECCLESIA.
O professor universitário defende que em Portugal as respostas “deviam ter sido divulgadas” à semelhança do que aconteceu noutros países porque “não faz sentido que se abra uma consulta e que depois não se saibam as respostas”.
Para já algumas respostas conhecidas indiciam uma falta de conhecimento das famílias quanto à doutrina da Igreja nessa área o que revela segundo Juan Ambrósio “uma deficiente perceção dos documentos sobre o tema”.
“As famílias não têm sido envolvidas no processo de reflexão da doutrina da igreja enquanto família, são muitas vezes olhadas como alguém a que se lhe dá uma doutrina acabada e da qual verdadeiramente não fizeram parte”, acrescenta em declarações à Agência ECCLESIA.
Algo que se comprova “pelo facto de haver dificuldade na transmissão da fé no seio familiar” algo a que a Igreja “precisa de dar mais atenção”, conclui Juan Ambrósio.
O Sínodo dos Bispos, uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, vai ter duas assembleias gerais dedicadas ao tema da família, uma extraordinária em outubro de 2014 e outra ordinária em outubro de 2015.
HM/MD
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