Francisco pede atenção aos mais frágeis da sociedade e defesa da vida

Dublin, 26 ago 2018 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje em Dublin à Missa de encerramento do 9.º Encontro Mundial das Famílias (EMF), com a presença de cerca de 500 mil pessoas de mais de uma centena de países, incluindo Portugal.
Na sua homilia, Francisco pediu às famílias católicas atenção aos mais frágeis da sociedade e na defesa da vida.
“Como é difícil perdoar àqueles que nos magoam! Que grande desafio continua a ser o acolhimento do migrante e do estrangeiro! Como é doloroso suportar a desilusão, a rejeição ou a traição! Como é incómodo proteger os direitos dos mais frágeis, dos nascituros ou dos mais idosos, que parecem estorvar o nosso sentido de liberdade”, declarou, diante de uma multidão que enfrentou a chuva durante várias horas, na capital irlandesa.
O Papa disse aos participantes no EMF que devem levar ao mundo o Espírito de Deus, como “fonte de encorajamento para os outros”, testemunhando o amor de Jesus, o “único que pode salvar o mundo da escravidão do pecado, do egoísmo, da ganância e da indiferença às necessidades dos menos afortunados”.
Jesus encarnou no nosso mundo por meio duma família, e em cada geração, através do testemunho das famílias cristãs, tem o poder de romper todas as barreiras para reconciliar o mundo com Deus e fazer de nós aquilo que desde sempre estamos destinados a ser: uma única família humana que vive conjuntamente na justiça, na santidade e na paz”.
Francisco admitiu que esta tarefa “não é fácil”, mas deu como exemplo o trabalho dos primeiros missionários na Irlanda.
“Naturalmente, haverá sempre pessoas que se oporão à Boa Nova, que «murmurarão» contra as suas «palavras duras». Todavia, como São Columbano e os seus companheiros que enfrentaram águas geladas e mares tempestuosos para seguir Jesus, não nos deixemos jamais influenciar ou desanimar pelo olhar gelado da indiferença ou pelos ventos borrascosos da hostilidade”, precisou.
O Papa desafiou a Igreja Católica a “sair”, para “levar as palavras de vida eterna às periferias do mundo”.
“Que a nossa celebração de hoje confirme cada um de vós – pais e avós, crianças e jovens, homens e mulheres, frades e freiras, contemplativos e missionários, diáconos e sacerdotes – na partilha da alegria do Evangelho! Que possais partilhar o Evangelho da família como alegria para o mundo”, concluiu.
A celebração no Phoenix Park foi um dos pontos altos da visita do Papa à Irlanda, iniciada na manhã de sábado, para as cerimónias conclusivas do 9.º EMF; a próxima edição deste encontro mundial vai decorrer em Roma, no ano de 2021.
O espaço na capital irlandesa é um dos maiores parques urbanos da Europa, albergando uma cruz gigante que evoca a passagem de São João Paulo II pelo local, em setembro de 1979.
OC
| No termo da Celebração Eucarística que conclui este Encontro Mundial das Famílias, um dom maravilhoso de Deus para nós e toda a Igreja, desejo dizer «obrigado» de coração a todas as pessoas que colaboraram, de várias maneiras, para a sua realização. Agradeço ao arcebispo Martin e à arquidiocese de Dublin o trabalho de preparação e organização. Particular gratidão, exprimo pelo apoio e assistência assegurados pelo governo, as autoridades civis e tantos voluntários, da Irlanda e de vários outros países, que generosamente ofereceram o seu tempo e empenho. Um «obrigado» muito sentido, quero ainda expressar a todas as pessoas que rezaram por este Encontro: idosos, crianças, religiosos e religiosas, doentes, reclusos… Estou certo de que o sucesso da iniciativa se deve às orações, simples e perseverantes, de todos eles. Obrigado a todos. Que o Senhor vos recompense!
(Mensagem de agradecimento do Papa Francisco) |
