O jovem fadista recorda as memórias de infância ao som do fado
Lisboa, 23 julho 2020 (Ecclesia) – O fadista Peu Madureira disse à Agência ECCLESIA que desde a infância que ouvia fado, considera Amália como uma “extraordinária relações públicas” de Portugal e ao cantar temas da fadista sente “um grito na alma”.
“Acho que Amália era uma artista transversal, era uma relações públicas do nosso país, uma representação diplomática extraordinária, ela chegou aos quatro cantos do mundo, ainda hoje quando vou a Goa, onde tenho família, e me pedem para cantar é Amália que pedem, ela é a referência”, conta à Agência ECCLESIA.
Antes de se tornar conhecido do grande público no Festival da Canção, em 2018, Peu Madureira já ouvia fado, por influência e gosto dos pais, o “fado era companheiro”.
“O fado em minha casa sempre foi o meu companheiro, os pais ouviam muito fado e sempre houve dentro de mim um grande amor pelo fado, ouvíamos Amália Rodrigues, de quem houve sempre muitos CD’s”, refere.
Atualmente o jovem fadista canta Amália e tem por esta figura “uma grande reverência”.
“Quando se canta Amália o nosso resultado fica sempre aquém do que ouvimos cantado por ela, sente-se um grito na alma”, aponta.
As memórias de infância levam-no também ao fado “A rua do Capelão” de que a sua avó muito gostava.
“Uma das minhas avós era apaixonada pela Amália, tinha gravações antigas, foi mesmo a um almoço onde estava a Sra. D. Amália que, claro depois cantou o fado, uma coisa extraordinária que marcou muito a minha avó e que era um marco de história na sua vida”, recorda o fadista.
Outra das características que vê ao cantar temas de Amália e nos “poemas que ela escreveu denota espiritualidade” e reconhece muitos fados que cantava onde se “sente a espiritualidade nela”.
Com o tempo de pandemia foi penoso para os fadistas, que “perderam os lugares onde cantar”e Peu Madureira apostou o tempo a preparar um CD que “gostava que saísse este ano”, com o desejo de ter um tema de Amália Rodrigues”.
SN