Évora: Vida contemplativa vai continuar na Cartuxa com uma comunidade feminina

D. Francisco Senra Coelho disse que permanece na arquidiocese um «pulmão ecológico de espiritualidade»

Foto Agência ECCLESIA/HM, Cartuxa em Évora

Évora, 08 out 2019 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora disse que uma comunidade monástica feminina vai habitar o Mosteiro da Cartuxa, após a saída dos monges neste mês de outubro, continuando a arquidiocese com um “pulmão ecológico de espiritualidade”.

“Teremos aqui connosco as Irmãs Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, ligadas à Família Religiosa do Verbo Encarnado”, anunciou D. Francisco Senra Coelho no dia em que decorre a despedida dos últimos 4 monges do Mosteiro da Cartuxa.

A idade avançada dos monges cartuxos e a falta de vocações para a vida contemplativa na Ordem Cartusiana está na origem da saída da congregação da Arquidiocese de Évora, onde está há 60 anos.

“Os cartuxos nunca serão esquecidos nem jamais substituídos e ficarão muito felizes por ver que a sua Cartuxa permanece habitada”, referiu o arcebispo de Évora a respeito do convite dirigido à comunidade monástica feminina.

De acordo com D. Francisco Senra Coelho, as irmãs contemplativas do Instituto do Verbo Encarnado vão habitar a Cartuxa e “dar vida” ao silêncio do Mosteiro.

“A Cartuxa é já um topónimo. Será sempre a Cartuxa. Estas Servidoras do Senhor vão habitá-la”, acrescentou.

O Arcebispo de Évora indicou também que a nova comunidade monástica vai habitar o mosteiro após as necessárias obras de adaptação do espaço, onde vai ser criado também um setor de “hospitalidade monástica”.

D. Francisco Senra Coelho lembrou que a hospedaria em ambiente de vida contemplativa é uma marca de alguns mosteiros, para receber pessoas para “rezar e fazer silêncio”, fazer a “experiência de vida monástica por alguns dias”.

O arcebispo de Évora agradeceu à Santa Sé a confiança que manifestou na proposta que fez para transformar a Cartuxa de Évora num comunidade monástica feminina, dando continuidade a uma “parceria” entre a Arquidiocese de Évora e a Fundação Eugénio de Almeida, que é proprietária do Monumento Nacional.

D. Francisco Senra Coelho disse que o Instituto do Verbo Encarnado é uma congregação religiosa com 1350 irmãs espalhadas pelo mundo que valorizam o “caráter missionário” e estão “em países de fronteira, de periferias do cristianismo” e têm um ramo contemplativo com 186 monjas em 16 mosteiros.

Esta terça-feira, às 18h30, D. Francisco Senra Coelho vai presidir a uma Missa na Igreja do Mosteiro da Cartuxa de despedida dos quatro monges que partem para o Mosteiro da Ordem de Barcelona, numa ocasião em que vai ser possível visitar o ambiente da clausura.

“É uma despedida de ação de graças pelos 60 anos que estiveram connosco e comungar com eles a dor da partida”, concluiu o arcebispo de Évora.

PR

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Agência ECCLESIA

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