Catedral acolheu Missa de Ramos presidida por arcebispo de Évora
Évora, 25 mar 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora presidiu este domingo à Missa de Ramos, na Catedral diocesana, convidando os fiéis a viver a Semana Santa centrada no encontro e a regressar ao sacramento do Batismo.
“Que esta Semana Santa nos faça viver momentos de encontro, de renovação da nossa vida. Que voltemos a fundo do nosso batismo, ao nosso renascimento espiritual. Que façamos parte dos amigos de Jesus, do corajoso José de Arimateia, daqueles que O procuram de noite e que vão ao Seu encontro e Lhe perguntam o que tem que fazer para ser salvo”, afirmou D. Francisco Senra Coelho, na homilia divulgada pela diocese.
O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa, que tem os momentos centrais entre Quinta-feira Santa e a Vigília Pascal, assinalando os momentos da morte e ressurreição de Jesus e culminando na Páscoa.
De acordo com o arcebispo, “o verdadeiro significado de filho de Deus não pode ser compreendido sem o conteúdo da Paixão”: “O filho de Deus é a revelação plena do Pai, o Servo sofredor, o Messias crucificado, o Salvador ferido, a entrega gratuita até à morte na Cruz”.
D. Francisco Senra Coelho destaca que “conhecer Jesus Cristo implica fazer o caminho que fizeram aqueles homens e mulheres (discípulos), assumindo-nos como novos discípulos”.
“Este é o ponto central: colocarmo-nos no caminho do discipulado, dispostos a aprender com Ele e a segui-Lo, deixar de lado todas as resistências e entrarmos na história da Salvação”, referiu, apelando aos diocesanos que se encontrem com o Senhor com a realidade que os caracteriza, tendo a consciência de que Ele acolhe e ama cada um tal qual é.
Que nesta tarde, esta contemplação do relato da Paixão nos convença de que Cristo é o único caminho, a única verdade e a única vida rumo à Páscoa Redentora. Que é Ele o centro da história e a chave da história. Que só n’Ele, verdadeiramente, nos redescobrimos”
O arcebispo de Évora fala que a ausência de Cristo na vida dos cristãos revela como o “homem se destrói, como o homem se aniquila, como o homem se desconhece, como o homem se coisifica, como o homem se pode manipular”.
“Sem Ele, a família perde a sua beleza, o seu encanto. A vida desde o seu nascer ao seu declinar não se sente como sagrada, mas como vida manipulável. É Ele que dá a última palavra à dignidade do ser humano, à dimensão da nossa vivência e convivência”, salientou.
D. Francisco Senra Coelho evocou os acontecimentos que envolvem o mundo, falando no “desabafo e silêncio de Deus, de um Deus que não se faz ouvir na história e no mundo de hoje”.
“Porém, olhando bem para os sinais dos tempos, lendo bem os acontecimentos que nos envolvem, Deus grita tão alto nos que têm fome e sede de paz, nos que têm direito à dignidade humana e são espezinhados, na morte dos inocentes, no desprezo dos sós e dos idosos, nas vítimas da guerra, no clamor dos campos de imigrantes e desterrados, no sofrimento de um mundo que na sua dor grita por sentido, por luz, caminho, verdade e vida”, indicou.
“Que permaneçamos fiéis até ao fim, em meio das tormentas e dificuldades próprias da história de cada tempo, no nosso tempo e na nossa geração. E que por fim alcancemos o fruto supremo da paixão do Senhor, a vida nova da graça e da verdade eternas”, apelou o arcebispo.
D. Francisco Senra Coelho presidiu à bênção dos Ramos, pelas 17h30, na Igreja da Misericórdia, seguindo-se a procissão até à Catedral de Évora, onde foi celebrada a Eucaristia.
LJ