D. Francisco Senra Coelho lembrou aos sacerdotes que a «Palavra» que anunciam pede para serem «construtores e garantes da unidade da Igreja»
Évora, 28 mar 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora disse ao seu presbitério que “não sendo um exclusivo dos pastores, a Pastoral não subsiste sem pastores”, há dimensões eclesiais em que “os presbíteros não poderão ser dispensados”, na homilia da Missa Crismal.
“Não sendo um exclusivo dos pastores, a Pastoral não subsiste sem pastores, há dimensões eclesiais em que os Presbíteros não poderão ser dispensados. É, sobretudo, o caso da paternidade e acompanhamento espiritual, da celebração da Eucaristia que edifica a Igreja e dos Sacramentos do perdão e da cura: a Reconciliação e a Santa Unção”, explicou D. Francisco Senra Coelho, na manhã desta Quinta-feira Santa, dia 28 de março, na Sé de Évora.
Na homilia da Missa Crismal, enviada à Agência ECCLESIA, o bispo de Évora acrescentou que o seu “tríplice múnus” de ensinar, santificar, governar e conduzir a comunidade cristã no discernimento, na comunhão e na paz dos irmãos “é imprescindível às comunidades cristãs e assim permanece desde as origens da Igreja”.
“O que o padre recebe no sacramento tem de se tornar visível na vida. Na missão, a competência é muito, mas a vivência é tudo. Importa que, com os diáconos, continuemos a edificar as comunidades, nas quais os leigos assumam as funções próprias da sua laicidade, em forma de serviços e ministérios, libertando o presbítero de afazeres não específicos para que este possa exercitar plenamente o essencial do seu ministério, com tempo e paz.”
D. Francisco Senra Coelho assinalou que, como não há Pastoral sem pastores, “é de suma importância” que esses pastores surjam “em quantidade e sobretudo em qualidade”, e quanto à qualidade “a prioridade assenta sobretudo na sua maturidade humana e cristã, lucidez e dedicação”, a boa relação entre os pastores “é vital” para a autenticidade da pastoral.
A catedral eborense congregou todo o presbitério da arquidiocese, para a celebração da Missa Crismal, com o seu bispo a destacar aos sacerdotes que a Palavra que anunciam pede para serem “construtores e garantes da unidade da Igreja”, a vivência da construção da unidade faz parte do seu ministério “sendo parte integrante e identitária” dessa missão.
“Radicalmente falando, a realidade interior do ser humano hoje, não é absolutamente diferente da do tempo de Jesus. A ciência e a tecnologia progrediram, mas o nosso coração continua a ser o mesmo e arrisca-se sempre a permanecer longe de Deus e dos irmãos, se não se encontra e abre pela Fé à Luz da Palavra, se não está disponível a acolher uma mensagem que o pode colocar em renascimento. O vazio, a escuridão, a solidão e a falta de sentido permanecem hoje, como ontem.”
A Missa Crismal na Sé de Évora, animada liturgicamente pelo coro Stella Matutina, foi concelebrada pelo arcebispo emérito D. José Alves, pelos cónegos do Cabido da Catedral, por dezenas de presbíteros, vários diáconos e a presença de muitos consagrados e consagradas, os seminaristas e “muito povo de Deus”, informa o Departamento Comunicação Évora.
“Bendito seja Deus pelo sacrifício oferecido por Dom Manuel Madureira, pelos presbíteros e diáconos fragilizados pela doença. Bendito seja Deus pelos 50 anos de sacerdócio dos Cónegos Manuel Ferreira e Manuel Maria, e pelos 25 anos de sacerdócio dos Padres Joaquim Pinheiro, Humberto Coelho, José Gomes de Sousa e Sezinando Alberto”, lembrou o arcebispo eborense.
Após a homilia, o clero renovou as suas promessas sacerdotais e o rito da Bênção dos Santos Óleos, dos Enfermos, dos Catecúmenos e do Crisma.
CB
Évora: Homilia de D. Francisco Senra Coelho na Missa Crismal