Presidente do Conselho Diretivo do ISTE destaca temas em debate nas jornadas do clero do Sul
Évora, 27 jan 2022 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Diretivo do Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE) considera que a evangelização da cultura, neste mundo em “acelerada transformação”, deve ser tarefa “prioritária da Igreja”.
“É preciso, porém, entrar no debate em torno dos grandes temas que desafiam a humanidade, como por exemplo, a recusa do conceito de natureza, e a afirmação de que tudo é construção”, escreveu o padre Manuel António Guerreiro do Rosário na mais recente edição do semanário ‘A Defesa’, da Arquidiocese de Évora, sobre as jornadas de atualização do clero das dioceses do sul (Algarve, Beja, Évora e Setúbal).
Esta iniciativa, que teve como orientador o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos (Santa Sé), cardeal Luis Antonio Tagle, foi dedicada ao tema “Testemunhar com audácia o Evangelho, força renovadora da Humanidade”.
Para o responsável do ISTE, a evangelização, “vivida em dinâmica sinodal”, torna as pessoas conscientes de que são “peregrinos da esperança, na diversidade e riqueza das culturas e identidades”.
O padre Manuel António Guerreiro do Rosário considera que a Igreja se deve deixar interpelar pela cultura, tornando-se consciente de que a “diversidade cultural” da atualidade.
O texto alude às “feridas dos irmãos que sofrem, e cujos gritos, a partir de tantas periferias humanas e existenciais, interpelam e desafiam”.
Uma Igreja sinodal é uma “Igreja atenta, que escuta os jovens, aqueles que não praticam ou que abandonaram a Igreja, acolhe as suas críticas, para que elas sejam ocasião de conversão”, realçou o responsável.
Nas conclusões, o sacerdote da Diocese de Beja realça também que a ação social e caritativa da Igreja deve “ser expressão do amor de Deus, não se resumindo a mero assistencialismo, nem tecnocracia, antes procurando chegar às causas da pobreza, o que implica uma melhor programação, um trabalho em rede e um rejuvenescimento dos nossos agentes”.
“Sem renovação das gerações”, as comunidades cristãs e a Igreja em geral, “terão um futuro pouco risonho”, e os dados disponíveis “apontam para uma queda acentuada, no seio do universo juvenil, daqueles que se assumem como cristãos”.
Esta é “uma emergência pastoral” que deve despertar as pessoas e que a Jornada Mundial dos Jovens 2023, seja “um momento alto de viragem nas opções pastorais da Igreja”.
LFS/OC