Évora: Arquidiocese viveu dia de festa com os padres e diáconos, últimos a ficar quando tudo fecha portas

D. Francisco Senra Coelho agradece serviço prestado em região desertificada, deixando mensagem de esperança

Évora, 19 jun 2020 (Ecclesia) – A Arquidiocese de Évora viveu hoje um dia de festa com os seus padres e diáconos, na celebração da Missa Crismal, agradecendo pelo serviço prestado numa região desertificada.

“É preciso dizer aos padres um obrigado muito profundo, porque permanecem, porque estão. Há muitas localidades onde tudo foi encerrando, com a situação de despovoamento, de envelhecimento social, de desertificação em certas localidades do interior alentejano. Permanece, porém, a Eucaristia, a igreja, a capela, o padre ou o diácono permanente que vão e estão com o povo”, disse D. Francisco Senra Coelho à Agência ECCLESIA.

“Nalgumas localidades, é mesmo a única coisa que permanece e este ‘estar com’ tem um valor imenso”, acrescentou.

A catedral da arquidiocese alentejana acolheu a celebração da solenidade do Coração de Jesus, dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, que este ano foi a data escolhida em várias dioceses portugueses para a celebração da Missa Crismal – adiada na Quinta-feira Santa por causa do estado de emergência que se vivia no país.

Na celebração foram evocados, em particular, seis padres que celebram jubileus de ordenação sacerdotal (50 e 25 anos).

“Sentimos a alegria de estarmos com o Povo de Deus, sermos um sinal de esperança, de incentivo a uma comunhão que há de fazer ultrapassar as dificuldades”, assinalou D. Francisco Senra Coelho.

O arcebispo de Évora convidou o clero a construir “uma esperança com futuro”.

“Os padres são servidores, são chamados pelo Senhor para ir com os seus irmãos e incentivá-los, com coragem”, apontou.

O responsável católico destacou a mensagem do Papa que inspira, este ano, a celebração do Coração de Jesus, com palavras como “coragem, gratidão, fortaleza” que são de “grande atualidade”.

“O padre aprende que o amor alarga horizontes”, observou.

Já na homilia da celebração, com transmissão online, o arcebispo pediu aos presentes que sejam “discípulos missionários da esperança”.

D. Francisco Senra Coelho sublinhou a necessidade simplicidade para poder rejeitar uma vida “autossuficiente”, reconhecendo os próprios limites.

“O Pai revela-se aos simples, transparentes”, precisou.

Para o arcebispo de Évora, “estar com Jesus é aprender uma forma nova de viver”.

O responsável aludiu à atual pandemia, que fez desaparecer “lógicas” de divisão, porque “não conhece adjetivos nem limites”.

“Todos somos atingidos e envolvidos”, indicou.

A celebração incluiu a renovação das promessas sacerdotais.

HM/OC

 

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Agência ECCLESIA

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