Évora: Arcebispo destina renúncia quaresmal a «cristãos perseguidos»

D. José Alves quer afastar «indiferença» face ao sofrimento alheio

Évora, 05 fev 2016 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora revelou hoje que a renúncia quaresmal dos católicos da arquidiocese alentejana vai ser destinada este ano aos “cristãos perseguidos”.

“A nossa renúncia quaresmal será um pequeno gesto de generosidade, envolvido num abraço fraterno, que juntamos à nossa oração constante, como forma de mitigar a violência exercida sobre esses milhares de irmãos nossos a quem queremos fazer chegar um sinal concreto do amor misericordioso de Deus”, escreveu D. José Alves, na mensagem para a Quaresma 2016, enviada à Agência ECCLESIA.

O prelado informa que o montante recolhido “vai ser canalizado para os cristãos perseguidos, que perdem os seus haveres e se vêm obrigados a abandonar as suas casas e o seu país”, através da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

A Quaresma, que se inicia com a celebração de Cinzas (10 de fevereiro, este ano), é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Neste contexto, surge a renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.

‘Vai e faz tu também o mesmo’ é o título da mensagem para a Quaresma, inspirada na Parábola do Bom Samaritano e D. José Alves destaca que as palavras de Jesus não dão lugar à “indiferença”.

O responsável mobiliza a diocese ao encontro dos “desconhecidos caídos à beira do caminho” como o bom samaritano.

“Se deixarmos ecoar no nosso coração a compaixão há de levar-nos a ser misericordiosos”, observa.

O prelado assinala ainda que a diocese adotou a expressão “sede misericordiosos como o Pai, para lema de vida e ação” desde o início do ano pastoral e, pelo Jubileu da Misericórdia, abriu a Porta Santa, em Vila Viçosa, “símbolo de Cristo, a verdadeira Porta que dá acesso livre e gratuito à misericórdia do Pai”.

“Todos temos ao nosso alcance um conjunto de meios para experimentar e celebrar a misericórdia, que transforma o coração e nos torna capazes de praticar as obras de misericórdia em favor do próximo”, destaca.

D. José Alves considera também que na figura do samaritano Jesus ofereceu “um ícone da misericórdia”, que deveria guiar sempre o “modo de proceder como cristãos e, nomeadamente, neste tempo quaresmal”.

CB/OC

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