Lisboa: Cardeal Tolentino Mendonça participa no colóquio sobre liberdade religiosa na Assembleia da República

Lisboa, 04 dez 2023 (Ecclesia) – O cardeal José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação (organismo da Santa Sé) e o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, vão ser os intervenientes no colóquio “As religiões como património da humanidade”, que decorre, 18h00, dia 13 de dezembro, na Sala do Senado da Assembleia da República, em Lisboa.

A conversa, que será moderada pela ex-ministra da Justiça, Francisca van Dunem, assinala também a inauguração da exposição «Os Caminhos da Liberdade Religiosa em Portugal», comissariada pelo diretor do 7MARGENS, António Marujo, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

O colóquio e a exposição encerram o ciclo de debates promovido pelo Parlamento para assinalar as duas décadas da Lei da Liberdade Religiosa, a lei 16/2001, de 22 de junho. Em virtude da pandemia este conjunto de iniciativas foi adiado para este ano e os dois primeiros colóquios decorreram já, em Junho (sobre “Democracia e Liberdade Religiosa”) e em setembro, acerca do tema “A Liberdade Religiosa e a Liberdade de Expressão”.

A exposição faz um percurso centrado nos últimos 100 anos, mas a sua primeira peça vai mais atrás, relacionando a história do próprio edifício do Parlamento com o tema, já que o Palácio de São Bento era um mosteiro beneditino. A evocação dessa história é feita através de um dos sinos da antiga torre sineira, que abre depois para o percurso da separação conflituosa da Primeira República, os anos da ditadura salazarista e da discriminação religiosa das minorias e da perseguição aos que contestaram o regime em nome da sua fé.

Vários dos nomes e dos episódios dessa contestação são evocados no percurso da exposição e do catálogo que será publicado por ocasião da mostra. Ao mesmo tempo, peças oriundas de diferentes confissões religiosas evocam também essa época de contestação, dissidência ou discriminação. Entre elas, estão dois exemplares de Bíblias atingidos por balas durante o golpe de Estado do 28 de Maio de 1926, que derrubou a Primeira República, uma máquina policopiadora usada para reproduzir folhetos clandestinos, fotos e recortes de jornais com a história dos julgamentos de membros das Testemunhas de Jeová ou livros que evocam a resistência católica e de outros credos.

Alguns excertos de entrevistas inéditas a Maria da Conceição Moita, Luís Moita e Nuno Teotónio Pereira, feitas pelo jornalista Jacinto Godinho e pela historiadora Irene Pimentel para a RTP, serão também exibidos na exposição.

O catálogo inclui ainda dois textos da autoria do constitucionalista Jorge Miranda, sobre o percurso conceptual da liberdade religiosa em Portugal, e de Mota Amaral, antigo deputado da Ala Liberal no final do Estado Novo, e presidente da Assembleia da República (2002-2005).

Na mostra, podem ver-se vários livros sobre diferentes realidades religiosas do país, cópias ou originais da Constituição Portuguesa, da Concordata de 2004 (negociada depois da aprovação da lei de 2001) ou do Protocolo Adicional que permitiu o divórcio nos casamentos católicos, entre outros documentos. Peças alusivas a diferentes tradições religiosas presentes na sociedade democrática – incluindo algumas com importante valor histórico – fecham a exposição. O catálogo reproduz ainda na íntegra a lei 16/2001.

A exposição ficará patente ao público no átrio principal do Palácio de São Bento pelo menos até 28 de Fevereiro de 2024.

LFS

Partilhar:

Últimas AGENDA

Notícias do dia

Maio 2024
D S T Q Q S S
 1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031  
plugins premium WordPress
Scroll to Top