Haiti: FAIS junta-se ao apelo por um dia de oração pelo fim da violência naquele país

Há “o perigo real de eclosão de uma guerra civil”, afirmou o arcebispo D. Max Mésidor

Lisboa, 21 mar 2024 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS) junta-se à jornada de oração pelo povo do Haiti, dia 22 deste mês, e encoraja os seus benfeitores e amigos e comunidades religiosas a rezarem também pelo fim da violência neste país caribenho.

Esta iniciativa foi convocada pela Conferência Episcopal e pela Confederação de Religiosos da América Latina porque a situação de violência no Haiti parece não ter fim e agrava-se de dia para fim fazendo temer “o perigo real de eclosão de uma guerra civil”, como alertou, recentemente, à Fundação AIS o arcebispo de Port-au-Prince e presidente da Conferência Episcopal, D. Max Mésidor.

“Os grupos armados, autênticos gangues de criminosos, impõem as suas regras nas ruas e desafiam as próprias autoridades como se viu, no início deste mês, quando duas prisões foram invadidas permitindo a libertação de milhares de reclusos e obrigando as autoridades a decretar o estado de emergência e o recolher obrigatório”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

“O caos da última semana causou mais 15 mil deslocados internos, somando-se aos mais de 362 mil de uma guerra interminável e invisível”, pode ler-se no portal de notícias do Vaticano, sublinhando-se que, deste número, “metade são crianças”.

Face a esta realidade, face à deterioração intolerável da insegurança, os 10 bispos da Igreja Católica no Haiti, numa mensagem publicada nesta segunda-feira, dia 18, e enviada para a Fundação AIS Internacional, manifestam a sua profunda preocupação e apelam ao fim da violência e à reconciliação nacional.

Os bispos sublinham que o sonho de um país sem violência deve ser apoiado por todos os sectores da sociedade haitiana e apelam ao estabelecimento de um governo de transição inclusivo que garanta uma verdadeira harmonia nacional.

“Vamos pôr fim a estes atos violentos que causam tanto sofrimento, porque a violência gera violência, o ódio gera mais ódio e a morte mais do que a morte. Cada destruição faz com que o Haiti regrida na sua marcha em direção ao progresso que todos desejamos”, diz o comunicado.

A situação no país tornou-se “extremamente grave nas últimas semanas devido à crise política e social que assola o Haiti desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021.

De acordo com o documento do CELAM e da CLAR, mais de 3 milhões de crianças precisam de ajuda humanitária e mais de metade da população vive em condições de pobreza, com uma esperança de vida que mal ultrapassa os 64 anos.

Para além disso, devido à violência, muitas pessoas perderam “entes-queridos, as mulheres sofrem violações dos seus direitos fundamentais e muitos haitianos não têm as condições mínimas para viver com dignidade”.

LFS

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