“Lendo em Igreja o Evangelho de Mateus” foi o tema da formação permanente do clero da diocese de Setúbal, de 14 a 16 deste mês, e orientada pelo Pe. Tolentino Mendonça, professor da Universidade Católica Portuguesa. Os três dias de formação seguiram o mesmo esquema de trabalho: as manhãs foram destinadas às palestras, sempre seguidas de um tempo para questões e debate, enquanto as tardes foram reservadas ao estudo do Evangelho, por meio do método da “Lectio Divina”. Para além de outros tópicos, o orador convidado salientou que a Igreja Antiga considerava o Evangelho de Mateus, escrito provavelmente em finais do século I, o mais “sistemático, consistente e estruturado”. Na verdade, para cumprir a missão de explicitar que “Cristo é verdadeiramente o Messias prometido pelas Escrituras”, S. Mateus organizou o material discursivo de Jesus “em cinco grandes discursos, facto nada inocente, pois o número 5 é o da Torah (Pentateuco).” Referiu também que “para Mateus, ser cristão é o melhor modo de pertencer ao Israel autêntico.” Foi ainda reforçada a convicção de que “para nós crentes, a Bíblia tem de ser mais do que uma referência cultural. O Concílio Vaticano II determinava: «é preciso que os fiéis tenham acesso patente à Sagrada Escritura» (D.V. 22), pois ela é «como que a alma», tanto da teologia (D.V. 24), como da praxis cristã (D.V. 21).”