Eutanásia: «Matar» não pode ser um direito – Grupo de Trabalho Inter-Religioso | Religiões-Saúde

Projetos de lei aprovados apontam “obsessão” da Assembleia da República pela eutanásia e pelo suicídio assistido

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 10 jun 2022 (Ecclesia) – Os membros do Grupo de Trabalho Inter-Religioso | Religiões-Saúde (GTIR), apontam a “obsessão” da Assembleia da República pela eutanásia e pelo suicídio assistido e reforçam que “matar não pode ser um direito”.

“A desistência de uma pessoa em sofrimento pela sociedade, pelos familiares e/ou pela equipa de cuidados empurra-a para a morte social, em primeiro lugar, pois lhe proíbe a esperança de ser cuidada e acompanhada com afeto e sentir-se digna, e, em segundo, ao suportar sozinha o fardo das angústias, do medo e do sem sentido, empurra-a necessariamente para a morte física para acabar com a solidão dolorosa e insuportável”, escrevem em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

“Matar” não pode ser um direito e muito menos o pode ser o “dever de matar” defende o Grupo de Trabalho Inter-Religioso | Religiões-Saúde, composto pela Aliança Evangélica Portuguesa, Comunidade Hindu Portuguesa, Comunidade Islâmica de Lisboa, Comunidade Israelita de Lisboa, Igreja Católica, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons), Igreja Ortodoxa da Sérvia, União Budista Portuguesa e União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia.

“Reafirmamos o desafio que é para nós uma maior proximidade aos doentes, acompanhando-os espiritualmente, bem como aos profissionais de saúde neste tempo de prova”, indica a nota.

O GTIR anota ainda a “obsessão da Assembleia da República pela eutanásia e pelo suicídio assistido” e acrescenta que a “aprovação da lei cria na sociedade a cultura da morte, a cultura da desistência e o dever de pedir o suicídio a fim de libertar a família e/ou a sociedade de um peso”.

“Nestas sociedades da cultura da morte, o que podem esperar os doentes com sofrimento severo, sem recursos, sem suporte afetivo e humano, os idosos, as pessoas dementes?”, questiona.

O comunicado aponta que a “oferta da eutanásia ou suicídio assistido não tem nada de digno nem é sequer uma ajuda. Pelo contrário, constitui uma violência e uma desumanidade”.

SN

Legalização da Eutanásia e do suicídio assistido

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Agência ECCLESIA

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