Europeias 2024: «Abstenção não é uma resposta» – D. Américo Aguiar (c/vídeo)

Bispo de Setúbal apela à participação no ato eleitoral do dia 9 de junho, pedindo foco nos «problemas das pessoas»

Lisboa, 04 jun 2024 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, defendeu hoje que “a abstenção não é uma resposta para resolver os problemas”, apontando às leições para o Parlamento Europeu, que se realizam em Portugal a 9 de junho, para apelar à participação de todos os cidadãos.

“Neste próximo domingo as pessoas podem votar em qualquer lugar, que é uma coisa que as pessoas não estão habituadas. Podem ir passear por onde quiserem e podem ir votar à mesa de voto que lhes apetecer. Portanto, isso é importante dizer, porque não há desculpa nenhuma para não votar”, afirmou o cardeal, em declarações à Agência ECCLESIA.

D. Américo Aguiar falava à margem do encontro com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, no âmbito da apresentação de contas da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.

“Eu já votei. Utilizei a possibilidade do voto antecipado e fiquei muito feliz por ouvir os números de adesão dos portugueses à possibilidade do voto antecipado”, saudou o bispo de Setúbal.

Questionado sobre o crescimento de tendências políticas extremistas na sequência de atos eleitorais anteriores, D. Américo Aguiar entende que “na saudável convivência democrática todos têm que ter a possibilidade de existir e de se pronunciarem livremente” e que “cabe aos cidadãos “avaliarem e votarem também livremente naquilo que são as suas escolhas”.

“É óbvio que nós vamos assistindo, quer na Europa, quer no mundo, movimentos exatamente de viragens mais à direita ou mais à esquerda. Mas para o cidadão comum, eu às vezes pergunto-me assim, isso para o cidadão comum quer dizer o quê? Nada. Porque o cidadão comum preocupa-se se vai ganhar mais ou vai ganhar menos, se vai ter médico ou não vai ter médico, se vai ter casa ou não vai ter casa, se vai ter transportes ou não vai ter transportes”, destacou.

Para o cardeal, não adianta estar a discutir “a direita, a esquerda”, “o extremo e os radicais”, quando o foco deveria estar “naquilo que são os problemas das pessoas”.

“Quando olhamos para o Parlamento Europeu e para essas eleições, nós portugueses não lhes damos muita importância, mas estamos errados”, sublinhou D. Américo Aguiar, justificando que “cada vez mais os problemas e os grandes problemas de Portugal e do mundo, muitos deles passam por decisões dos órgãos europeus, do Parlamento e da Comissão”.

“E por isso é muito importante que os 21 deputados europeus que vão ser eleitos se representem aquilo que é a sensibilidade dos portugueses”, salientou.

E, por isso, não podem ficar sentados no sofá a dizer mal ou a escrever nas redes [sociais] coisas menos boas e chega a hora da verdade não ir votar. Isso é imperdoável. Aliás, eu ontem disse que isso é pecado. Não votar é pecado, não tenho dúvida nenhuma”.

As eleições para o Parlamento Europeu decorrem nos vários Estados-membros, de 6 a 9 de junho de 2024.

HM/LJ/OC

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