LOC/MTC apresenta propostas após encontros em todo o país
Lisboa, 01 abr 2014 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) defende que o Banco Central Europeu deve “reorientar” as suas prioridades do “controlo da inflação” para o “emprego, o crescimento e a estabilidade financeira”.
“A palavra Desenvolvimento deve ser tomada no sentido da melhoria das condições sociais dos cidadãos e não do crescimento económico do lado do capital”, defende a LOC/MTC em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
Para o Movimento de Trabalhadores Cristãos, é “indispensável que se adote uma “nova política monetária que coloque as Instituições Monetárias ao serviço do pleno emprego”.
“Esta medida implica um Banco Central Europeu mais responsável e mais representativo e uma reorientação das prioridades da sua ação do controlo da inflação, para o emprego, o crescimento, e a estabilidade financeira”, afirma o documento.
A LOC/MTC promoveu durante o mês março três encontros de formação com o objetivo de debater alguns dos graves problemas que afetam os trabalhadores, as famílias e a atual organização social, cujas conclusões divulgou hoje em comunicado.
Os encontros, que decorreram em Famalicão, Coimbra e Amadora, pretenderam “debater alguns dos graves problemas que afetam os trabalhadores, as famílias e a atual organização social, mais especificamente, a necessidade de garantir trabalho para todos como fundamento da dignidade humana bem como aprofundar o processo de iniciação de novos militantes e de expansão da LOC/MTC a partir das Revisões de Vida recentemente efetuadas por muitas equipas de base”.
Presentes nos três encontros interdiocesanos de formação estiveram os economistas Rogério Roque Amaro e Abel Pinto, e o sociólogo Manuel Carvalho da Silva.
“No mundo e em Portugal o modelo económico que domina é o capitalismo ou a economia de mercado”, reitera a LOC/MTC que culpa esse modelo económico pelas “tantas crises em Portugal e no mundo, pelos tantos desempregados, pela pobreza e pelas necessidades humanas que estão por satisfazer, e que em muitos casos atinge mesmo as mais básicas e essenciais à vida humana e que envolve muitos milhões de cidadãos”.
A LOC/MTC refere que o “flagelo do desemprego”, que em janeiro atingiu em Portugal a taxa de 15,3% “e sabe-se que há muitos que fogem à estatística”, “está intimamente relacionado com a desigualdade de repartição do rendimento gerado pela economia, o enfraquecimento do poder do Estado, o enfraquecimento dos mecanismos de regulação, o modelo de globalização e de governação dominante das empresas e a ”financeirização” da economia”.
Para o movimento operário, a “principal causa” do desemprego “reside no facto do foco central das políticas macroeconómicas (produção, emprego, juros e inflação) modernas, darem prioridade ao controlo da inflação, descurando o combate à desigual repartição do rendimento, à acentuação das desigualdades e ao desemprego”.
A LOC/MTC concluiu nestes três encontros de formação que os cidadãos europeus necessitam de dar mais atenção “aos sinais e movimentos que despontam em diferentes partes do mundo” e à “revolução silenciosa que vai abrindo caminho a experiências novas” abrindo novas portas a “um mundo novo com valores e mais respeitadores da dignidade humana”.
MD/PR