Europa: Presidente da Comunidade de Santo Egídio diz que falta «uma sociedade mais aberta» aos dramas dos refugiados

«Os muros são inúteis», sublinhou Marco Implagliazzo em Lisboa

Lisboa, 30 set 2015 (Ecclesia) – O presidente internacional da Comunidade de Santo Egídio abordou em Lisboa o desafio dos refugiados na Europa, considerando que a resolução da crise tem esbarrado numa sociedade que vive de coração fechado aos dramas dos outros.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, no lançamento de um projeto da Comunidade de Santo Egidio nos bairros de Alfama e da Mouraria, Marco Implagliazzo frisou que estão em causa pessoas que enfrentam dramas como “a guerra, a fome, a falta de direitos humanos”, e que por isso buscam "uma sociedade mais aberta".

Aquele responsável aludiu depois às recentes palavras do Papa Francisco, sobre os países que estão a construir muros para impedir a entrada de refugiados.

“Os muros são inúteis, o que hoje é útil é abrir as portas, como se abriram as portas desta igreja no bairro de Alfama, abrir as portas do coração e acreditar que é possível todos viverem juntos em paz”, disse Marco Implagliazzo.

Em setembro último, a Comunidade de Santo Egídio promoveu em Tirana, na Albânia, um encontro internacional pela paz com cerca de 400 líderes religiosos mundiais, em que um dos temas em cima da mesa foi a crise migratória que está a ter lugar no Velho Continente.

Na altura, os participantes sublinharam a “urgência” de trabalhar pela paz porque “só o fim” dos conflitos poderá deter o êxodo de pessoas em países como o Irão, a Síria, o Iraque e a Líbia.

Para Marco Implagliazzo, só fazendo crescer na sociedade uma noção de fraternidade e de corresponsabilidade é que será possível “construir um mundo novo”.

Um trabalho que deverá começar pelas novas gerações, e que será também um dos projetos a abraçar nos dois bairros históricos de Lisboa, marcados por situações como a pobreza, a violência doméstica e a delinquência juvenil

“Penso que a Comunidade de Santo Egídio fará aqui um grande trabalho junto dos jovens, das crianças e adolescentes de educação para a paz. É preciso fazer crescer este sentido de convivência e de paz, para que o futuro seja mais risonho”, concluiu.

JCP

 

 

 

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Agência ECCLESIA

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