Europa: Comissões Justiça e Paz pedem respeito pelos «direitos humanos» às autoridades bielorrussas

Organismo alerta que «situação alarmante» representa uma «séria ameaça à justiça e à paz em toda a região»

Foto Lusa, Manifestações na Bielorrússia

Bruxelas, 17 ago 2020 (Ecclesia) – O comité-executivo das Comissões Justiça e Paz da Europa (Igreja Católica) pede às autoridade da Bielorrússia respeito pelos “direitos humanos”, “denunciam qualquer forma de violência” e condenam “veementemente o uso de tortura”. no país que vive uma onda de protestos contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko.

“Instamos as autoridades bielorrussas a respeitarem plenamente os direitos humanos, incluindo o direito à vida, a proibição da tortura, a liberdade de reunião, media e expressão, e a aderirem aos princípios democráticos”, lê-se na declaração enviada à Agência ECCLESIA.

A Bielorrússia vive uma onda de protestos contra a reeleição do presidente que está no poder há 26 anos; A Comissão Eleitoral Central do país informou que Alexander Lukashenko foi reeleito com pouco mais de 80% dos votos no dia 9 de agosto.

A ‘Justiça e Paz Europa’ “denunciam qualquer forma de violência” e condenam “veementemente o uso de tortura” pelas autoridades bielorrussas contra os manifestantes que foram detidos e, neste contexto, pede também “a libertação imediata de todos que foram presos sem qualquer justificação”.

O organismo contextualiza que segundo os relatos, a “violência desproporcional” já causou a perda “de duas vidas e causou centenas de feridos” na Bielorrússia, onde cerca de seis mil manifestantes “foram detidos e muitos posteriormente libertados apresentam marcas de tortura”.

“Esta situação alarmante representa uma séria ameaça à justiça e à paz, não só na Bielorrússia, mas em toda a região”, alerta.

O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, é acusado pela diplomacia da União Europeia de fraude eleitoral e de repressão violenta das manifestações.

“Saudamos a unidade dos Estados-Membros da União Europeia na demonstração da sua solidariedade com o povo da Bielorrússia e manifestamos o nosso apoio aos esforços da UE para trabalhar em medidas direcionadas contra as pessoas responsáveis ​​por graves violações dos direitos humanos”, desenvolve o comité-executivo das Comissões Justiça e Paz da Europa.

O organismo une-se também aos bispos católicos da Bielorrússia num “apelo para que procurem a verdade” com base num “diálogo pacífico e inclusivo” entre a liderança política bielorrussa e a sociedade em geral para “evitar mais violência”.

Neste contexto, a ‘Justiça e Paz Europa’ convida “todos os cristãos” a unirem-se na oração “pelo povo da Bielorrússia”, “para que a verdade, a justiça e a paz prevaleçam”, às 18h00 desta terça-feira, dia 18 de agosto.

Este domingo, o Papa Francisco apelou ao fim da violência da Bielorrússia, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.

“O meu pensamento vai também para a cara Bielorrússia. Sigo com atenção a situação pós-eleitoral neste país e apelo ao diálogo, à recusa da violência e ao respeito pela justiça e o Direito”, disse o Papa perante centenas de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

CB

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