Europa: Cáritas alerta para crise nos campos de refugiados dos Balcãs

Neve dificulta situação, após incêndio em dezembro

Lisboa, 12 jan 2021 (Ecclesia) – A Cáritas Europa alertou para a crise humana dos campos de refugiados nos Balcãs, uma situação agravada pela neve, que dificulta a entrada de voluntários da organização católica e da Cruz Vermelha.

Em dezembro de 2020, um incêndio destruiu o campo de refugiados de Lipa, na Bósnia-Herzegovina, onde as pessoas vivem sem água, eletricidade ou serviços básicos de higiene.

“A situação está a piorar”, destaca uma nota divulgada online pela Cáritas Europa.

Segundo a instituição, milhares de migrantes vivem na rua, enfrentando as “duras condições de inverno das regiões montanhosas dos Balcãs, na neve, no frio”.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) retirou-se do campo de Lipa em 23 de dezembro de 2020, após “inúmeras tentativas fracassadas de obter das autoridades locais condições de vida humanas para os moradores do campo”.

“Agora 1400 pessoas estão abandonadas. Eles se encontram na mesma situação que 1500 outros migrantes que sobrevivem em prédios abandonados em todo o país”, alerta a Cáritas.

Os refugiados do campo de Lipa vivem em tendas armadas pelos militares, uma vez que a autarquia local se recusa a reabrir o acampamento de Bira, onde existiam melhores condições.

O portal de notícias do Vaticano dá eco a esta crise humana com uma entrevista ao jornalista Nello Scavo, jornal ‘Avvenire’, título da Conferência Episcopal Italiana, após ter visitado o campo de refugiados.

“Muitos querem seguir ainda mais para norte, nenhum deles quer parar na Croácia e Eslovénia e apenas uma pequena minoria quer chegar à Itália. Evidentemente, de Bruxelas é pedido a alguns países que tentem conter este fluxo, que seria de cerca de 70 mil pessoas, de 2018 até hoje, com o resultado, porém, de deixar o fardo da gestão desta rota dos Balcãs a um país como a Bósnia, que não é rico”, relata Scavo.

“Não nos esqueçamos de que estamos no meio da pandemia de Covid, com o sistema de saúde dos países dos Balcãs realmente sob enorme pressão”, acrescenta.

OC

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