EUA: Washington acolhe cimeira «ao mais alto nível» sobre liberdade religiosa

Objetivo é abordar uma questão que está a causar «especial preocupação» no mundo

Lisboa, 25 jul 2018 (Ecclesia) – O secretário de Estado dos Estados Unidos da América afirmou o “papel central” do Papa Francisco, da Igreja Católica, e das religiões na defesa da liberdade religiosa, no âmbito da cimeira que promove hoje e quinta-feira, em Washington.

“A nossa missão é muito precisa e importante: Difundir o conceito de liberdade religiosa para todo ser humano no mundo. Queremos fazer pressão para que isso seja possível”, afirmou o secretário de Estado norte-americano.

A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) assinala que o encontro “ao mais alto nível” surge por iniciativa Mike Pompeo, e tem como objetivo “colocar esta questão de direitos humanos no centro da agenda dos EUA”.

“As pessoas deveriam ter o direito de professar o culto que desejam e, da mesma forma, aqueles que escolherem não professar nenhuma religião deveriam ser autorizados a não fazê-lo”, realçou o político norte-americano.

Segundo Mike Pompeo, o Departamento de Estado do presidente Donald Trump “fez da liberdade religiosa uma verdadeira prioridade” dessa administração.

“O Papa Francisco e a Igreja Católica têm um papel central. Os líderes religiosos deveriam também desempenhar um papel importante para garantir que haja liberdade religiosa para aqueles que partilham outros credos que não sejam os seus”, desenvolveu, frisando que consideram que a Igreja Católica “tem um papel importante” nessa missão.

Na cimeira de Washington vão estar mais de 80 delegações, incluindo mais de 40 ministros das Relações Exteriores, “diplomatas de diversos países que, tal como os Estados Unidos, defendem a liberdade religiosa como um direito fundamental e inalienável do ser humano”, refere a AIS.

Em entrevista ao sítio ‘Vatican News’, o secretário de Estado dos EUA destacou que “é o maior número de pessoas reunidas aqui no Departamento de Estado”.

O último relatório da Comissão para a Liberdade Religiosa Internacional, que teve em conta a situação de mais de 200 países e territórios em todo o mundo, salienta que as condições de liberdade religiosa “pioraram” de forma geral em vários países.

Este documento refere que “entre os abusos registados, há casos de genocídio, escravidão, violação, prisão, deslocamento forçado, conversões forçadas, destruição de propriedades e proibição da educação religiosa para crianças”.

Mike Pompeo considera que liberdade religiosa, direitos humanos e interesses económicos “estão profundamente ligados” e, nesse contexto, revela que a Administração do presidente Donald Trump “concorda que a liberdade religiosa” pode ter “enormes benefícios para os países”.

“Quando as pessoas podem agir e portar-se livremente respeitando suas religiões têm a capacidade de fazer grandes coisas. Assim, vemos uma conexão profunda entre a liberdade religiosa, como direito humano fundamental, e os benefícios económicos para os países que desfrutam desse direito”, desenvolveu o secretário de Estado norte-americano.

A referida comissão encontrou também “violações da liberdade religiosa” em outros seis países, “Paquistão, Rússia, Síria, Nigéria, Vietname e República Centro-Africana”, onde se têm verificado situações “sistemáticas, contínuas e atrozes” de violação à liberdade religiosa.

Num plano “menos grave”, mas igualmente preocupante segundo o relatório de 2018, estão países como “o Afeganistão, Azerbaijão, Bahrein, Cuba, Egipto, Índia, Indonésia, Iraque, Cazaquistão, Laos, Malásia e Turquia”.

Os Estados Unidos da América consideram “a possibilidade de promover sanções de caráter comercial, financeiro ou político” aos países que toleram estes atentados, divulga a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre.

JCP/OC/CB

(Notícia atualizada às 10h03)

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