Responsáveis da Igreja católica sublinham que «dignidade não depende da cidadania ou do estatuto de imigração de uma pessoa»
Washington, 23 Jan 2025 (Ecclesia) – O bispo norte-americano responsável pelas migrações afirmou hoje que a aplicação “não urgente” da lei de imigração é “contrária ao bem-comum” e afirmam que isso “não tornará as comunidades mais seguras”.
“Transformar locais de cuidados, cura e consolo em locais de medo e incerteza para os necessitados, pondo em risco a confiança entre pastores, fornecedores, educadores e as pessoas que servem, não tornará as nossas comunidades mais seguras”, refere uma mensagem publicada no site da Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América.
A declaração é assinada pelo presidente do Comité de Migração da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, D. Mark J. Seitz; pela irmã Mary Haddad, RSM, presidente e CEO da Associação Católica de Saúde dos Estados Unidos; e por Kerry Alys Robinson, presidente e CEO da ‘Catholic Charities USA’.
Os responsáveis afirmam que a “aplicação não urgente da lei da imigração em escolas, locais de culto, agências de serviço social, instalações de cuidados de saúde ou outros locais sensíveis onde as pessoas recebem serviços essenciais seria contrária ao bem comum”.
O texto reconhecereconhece “a necessidade de uma aplicação justa da lei da imigração” e afirmam a “obrigação do governo de a levar a cabo de uma forma direcionada, proporcional e humana”.
“Com a mera revogação das orientações sobre as áreas protegidas, já estamos a assistir à reticência dos imigrantes em participar na vida quotidiana, incluindo mandar os filhos à escola e frequentar serviços religiosos. Todas as pessoas têm o direito de cumprir o seu dever para com Deus sem medo”, sublinham.
A declaração é emitida “em resposta à ação tomada pela Administração Trump, que rescindiu as orientações relacionadas com as ‘áreas protegidas’ na aplicação da lei da imigração”
“Os cuidados de saúde católicos, as agências da Caridade Católica e os outros ministérios de serviço social da Igreja trabalham diariamente para alimentar, alojar, curar, educar e satisfazer as necessidades das pessoas nas comunidades de toda a nossa nação. Através destes ministérios – juntamente com a responsabilidade da Igreja de proclamar o Evangelho e celebrar os sacramentos – defendemos a crença de que todas as pessoas são concebidas com uma dignidade inerente, reflectindo a imagem de Deus”, pode ler-se.
Estas organizações reconhecem que “a dignidade não depende da cidadania ou do estatuto de imigração de uma pessoa”.
“Os serviços de caridade que prestamos são fundamentais para quem somos como cristãos. Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade assistencial que poderia igualmente ser deixada a outros, mas faz parte da sua natureza, é uma expressão indispensável do seu próprio ser”, sublinham.
“As nossas organizações estão prontas para trabalhar num caminho melhor que proteja a dignidade de todos aqueles que servimos, defenda o dever sagrado dos nossos prestadores de serviços e assegure que as nossas fronteiras e o sistema de imigração sejam governados com misericórdia e justiça”, finaliza o comunicado.
LS