EUA: Conferência Episcopal saúda presidente eleito e pede unidade, em novo ciclo político

Secretário de Estado do Vaticano espera que Trump tenha «política sensata» relativamente a migrantes, apelando ao fim da «polarização»

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 07 nov 2024 (Ecclesia) – O presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB) saudou o novo presidente eleito do país, Donald Trump, desejando que o novo ciclo político seja marcado pela unidade e o trabalho pelos mais desfavorecidos.

“Felicito o presidente eleito Trump, bem como os funcionários nacionais, estaduais e locais que fizeram campanha para representar o povo. Agora, passamos da campanha para a governação. Regozijamo-nos com a nossa capacidade de transição pacífica de um governo para o outro”, escreve o arcebispo D. Timothy P. Broglio, bispo das Forças Armadas.

Na reação aos resultados das eleições desta terça-feira, nos EUA, o responsável sublinha que a Igreja Católica “não está alinhada com nenhum partido político”.

“Nós, bispos, esperamos trabalhar com os representantes eleitos pelo povo para promover o bem comum de todos. Como cristãos, e como americanos, temos o dever de nos tratarmos uns aos outros com caridade, respeito e civismo, mesmo que possamos discordar sobre a forma de levar a cabo questões de política pública”, apela o presidente da USCCB.

O arcebispo conclui com uma oração para que todos os líderes da vida pública possam estar “à altura das responsabilidades que lhes são confiadas ao servirem o país e aqueles que representam”.

Peçamos a intercessão da nossa Mãe Santíssima, padroeira da nossa nação, para que nos guie na defesa do bem comum de todos e promova a dignidade da pessoa humana, especialmente dos mais vulneráveis entre nós, incluindo os não nascidos, os pobres, os estrangeiros, os idosos e doentes e os migrantes”.

Em Roma, o secretário de Estado do Vaticano disse esta quarta-feira aos jornalistas que o novo presidente dos EUA deve ter uma “política sensata” relativamente ao tema das migrações, e “muita humildade” quanto à capacidade de resolver os conflitos militares em curso, como “elemento de desanuviamento e de pacificação”.

“Acredito que tem de trabalhar sobretudo para ser presidente de todo o país, para ultrapassar a polarização que se verificou e que se sentiu de forma muito clara neste período”, assinalou o cardeal Pietro Parolin, responsável pela diplomacia da Santa Sé.

O colaborador do Papa mostrou-se particularmente preocupado com uma possível deportação em massa de imigrantes ilegais latino-americanos, promessa da campanha de Trump, pedindo “uma política que não chegue a esses extremos. O Papa deu indicações muito precisas e muito claras sobre esta questão”.

D. Pietro Parolin elogiou o compromisso do presidente eleito na “defesa da vida”, desejando que se promova “uma política comum”, que evite, nestes temas, a “polarização e divisão”.

Sobre as relações entre a Santa Sé e a nova administração norte-americana, o secretário de Estado do Vaticano afirmou que vão manter-se no atual plano, à imagem do que aconteceu durante o anterior mandato de Trump.

OC

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