Estudantes da China em curso da Católica podem facilitar aproximação entre Pequim e Vaticano

A presença de estudantes da China no curso de Cristianismo leccionado no Instituto Inter-Universitário de Macau “pode ser veículo” de aproximação entre Pequim e Vaticano, mas “não há qualquer participação activa no processo”, diz o reitor Ruben Cabral. Numa entrevista à agência Lusa, Ruben Cabral é cauteloso na escolha das palavras, mas sublinha que o desenvolvimento do curso se “centra apenas no campo académico”, embora tenha também a vertente do “reconhecimento canónico”. “Do ponto de vista canónico, é um curso da Universidade Católica Portuguesa a funcionar em Macau, do ponto de vista académico é um curso do Instituto Inter-Universitário de Macau” (IIUM), afirma. Além do curso de Estudos do Cristianismo, o IIUM lançou também um mestrado em Estudo das Religiões. Com estudantes da Birmânia, Vietname, Timor-Leste, Hong Kong e Singapura, o curso conta também com a participação de alunos chineses da diáspora e são esperados outros estudantes continentais quando o processo burocrático de recrutamento, que Ruben Cabral classifica de “normal”, estiver concluído. E é com a entrada dos estudantes continentais chineses que Ruben Cabral admite que o curso pode contribuir para a aproximação entre o Vaticano e Pequim. “Tudo aquilo que possa contribuir para um melhor relacionamento e para um melhor esclarecimento das situações pode ajudar, mas obviamente que somos pequeninos demais para jogar nesse campo”, sustenta, referindo-se à possibilidade do curso ter um papel nos contactos entre a China e a Santa Sé. Ruben Cabral sublinha “não ser esse” o objectivo do Instituto Inter-Universitário de Macau, embora admita que “não tendo capacidade de jogar no campo diplomático”, se for útil algum contributo e que este seja reconhecido pelas partes no “exercício das funções académicas do Instituto, é sempre gratificante”. “Podemos contribuir através da vinda de alunos e na formação de mais padres para o continente chinês”, diz, salientando que o curso, ministrado em inglês, “marca a diferença de outros cursos de Teologia existentes na região, mas proporciona a literatura, experiências e uma comunicação muito mais vasta, da Igreja universal”. Redacção/Lusa

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