Estruturar a Pastoral dos Ucranianos

Reunião da Comissão Episcopal de Migrações e Turismo com o Coordenador Nacional da Pastoral dos Imigrantes Ucranianos Católicos de Rito Bizantino 1. A SITUAÇÃO ACTUAL. O mapa da situação relativamente ao Apoio Espiritual que, desde 2001, as dioceses prestam aos ucranianos de Rito Bizantino apresenta-se da seguinte forma: Leiria-Fátima (1 diocesano com família), Évora e Beja (2 religiosos), Viseu (1 diocesano sem família), Faro (1 diocesano sem família), Lisboa (2 religiosos). A comunidade de Lisboa referiu as dificuldades sentidas por alguns quanto à insuficiência dos espaços cedidos para as actividades e atendimento pastoral. Os padres informaram da recente ocorrência de um Sínodo da Igreja Católica da Ucrânia para, entre outros assuntos, decidir o nome da Igreja face ás variadas denominações religiosas surgidas após a queda do Regime Comunista. Explicaram ainda as mudanças políticas, sociais e religiosas em acto no país para que se possa entender o fluxo de emigração massiva de ucranianos para Portugal, as causas das dificuldades a nível do ecumenismo com a Igreja Ortodoxa e, por fim, as expectativas pessoais e “profissionais” (económicas…) de alguns dos actuais padres católicos que de maneira crescente se candidatam a trabalhar no estrangeiro (ver Anexo 2 – Exortação Pós-Sinodal “Pastores Gregis”, 72). Foi tema de especial reflexão a Animação vocacional e a situação dos Seminários cheios no Leste Europeu, as Ordenações precoces de padres, a difícil relação entre padres e Laicado, a escassa Formação teológica e pastoral do Clero diocesano (casado) e dos religiosos sacerdotes. Procurou-se assim entender as razões das dificuldades e incompreensões surgidas (e reafirmadas pelos SDPM no Encontro do Funchal!) em algumas dioceses portuguesas devido ao comportamento e mentalidade dos padres. O Coordenador nacional afirmou sentir a urgente necessidade de criar, quanto antes, um núcleo religioso na cidade do Porto. O Pe. Bonifácio vai entrar em contacto directo com o bispo. Foi ainda aconselhado a contactar os bispos das dioceses que chamaram padres da Ucrânia para uma avaliação séria e programação e inserção pastoral mais cuidada. 2. PROGRAMA da Coordenação da Igreja Católica Ucraniana em Portugal (ver anexo 1). É apresentado um texto, preparado pelo Coordenação Nacional, com três propostas fundamentais para esta fase do arranque: a) Encontro mensal de Formação permanente para os padres ucranianos. Os 5 temas apresentados centram-se, de maneira especial, sobre a intima relação dos temas do Sacerdócio e Eucaristia, do Ritualismo e Evangelização. b) Actividades Pastorais. Sugeriu-se a criação de Núcleos de leigos nas áreas de maior presença de imigrantes para Catequese de Adultos, Convívios de confraternização, Celebrações da Divina Liturgia com a participação consciente e activa da Assembleia. C) Para os fiéis, a Coordenação comprometeu-se em produzir “temas de Catequese para fundamentação da Fé Cristã” à luz do actual Catecismo da Igreja Católica sobre os 10 Mandamentos e os Sacramentos. É preciso começar pelos temas da iniciação face a uma população descristianizada e vítima de várias décadas de Ateísmo prático. 3. SUGESTÕES: Após a apresentação do Esquema seguiu-se um fecundo debate entre os presentes de que achei por bem destacar os seguintes pontos: – PLANEAMENTO: a necessidade de organizar um Plano e Calendário para 2004 com as actividades que a Coordenação propõe aos padres e leigos dos Núcleos de apostolados ucraniano; preparar um Directório Pastoral e Ecuménico para a vida religiosa dos cristãos de Rito Oriental em Portugal; preparar um esboço de Estatuto para a Coordenação Nacional de maneira a garantir algum reconhecimento jurídico á estrutura criada pela CEP e a formalizar o Mandato missionário deste sacerdote diante da OCPM, dos outros padres e das próprias dioceses de acolhimento. – ESTAGIO DE INSERÇÃO: os padres que chegaram e que cheguem no futuro têm de dedicar um tempo suficiente e acompanhado com vista à Aprendizagem da Língua e Cultura portuguesas, ao conhecimento da organização e história da Igreja em Portugal, assim como ao seguimento das Orientações para a Pastoral das Migrações. Maior atenção aos documentos necessários para a respectiva Legalização da Residência. – CATEQUESE DE ADULTOS: urgência de uma “Catequese de base” dos cristãos leigos que participam nas celebrações muito concorridas. Ir além do culto. Decidir apostar na Catequese de Adultos, adaptada à situação de Emigração; os padres ucranianos devem participar em todas as actividades das dioceses e preparar o Plano Pastoral com o Vigário da pastoral da diocese em que estão inseridos. Não devem fazer serviço religioso numa outra diocese sem a jurisdição do Ordinário do lugar. – DIÁLOGO ENTRE IGREJAS: prever para breve uma deslocação da Comissão Episcopal à Ucrânia para Encontro bilateral entre a Igreja de Portugal e da Ucrânia com o objectivo de conhecer a realidade local, informar sobre a situação dos imigrantes, troca de experiências pastorais e de partilha da colaboração entre as Igrejas. – SOLIDARIEDADE: particular atenção requerem os ucranianos reclusos nas prisões portuguesas, os doentes nos hospitais, as famílias separadas… Por fim, a Coordenação Nacional vai preparar o primeiro encontro dos sacerdotes ucranianos e convidou desde já a CEMT e a OCPM a estar presentes. A relação próxima entre estas organizações será a garantia de trabalho orgânico, fecunda comunhão eclesial e êxito na missão de evangelização dos imigrantes e catolicidade da Igreja. Presentes: D. Januário T. M. Ferreira, presidente da CEMT, Pe. Rui M. S. Pedro, director da OCPM e os padres Bonifácio Zaluski e Josafat da Ordem dos Basilianos. Realizou-se, a pedido da Comissão Episcopal, esta primeira reunião com o objectivo de estruturar a Pastoral dos Ucranianos, na sequência da nomeação, na última Assembleia Plenária da CEP, do rev. Pe. Bonifácio Zaluski osbm, como Coordenador nacional. * (Rui Pedro Lavrou esta Acta em 19.10.2003)

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