Espiritualidade para os jovens

Lisboa, 12 abr 2011 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Portugal está a multiplicar o número de propostas para apresentar Deus às novas gerações, “muito sensíveis ao testemunho e menos às teorias”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, hoje publicada, o padre Vasco Pinto de Magalhães, jesuíta que se tem dedicado sobretudo à pastoral universitária, afirma que os jovens “vivem num mundo muito sensitivo, com dificuldade para pensar, pois não são educados para isso”.

“Os jovens são educados para receber impactos e vibrar com eles. Preferem linguagens diretas e sem rodeios, sem termos complicados e clericais, que a Igreja por vezes, usa – latins que servem pouco mas que dão segurança a quem está a transmitir. O problema está no transmissor e não no recetor”, alerta.

No dossier do semanário Agência ECCLESIA desta terça-feira, apresentam-se perspectivas de quem encara o desafio de dialogar sobre Deus com as novas gerações com as ferramentas e as linguagens em que elas nasceram e cresceram.

Para Vasco Pinto de Magalhães, “não se atrai respondendo como se estivéssemos a resolver um problema teórico. Não há problemas teóricos mas problemas de coração”.

O padre Nuno Santos, diretor do Instituto Universitário Justiça e Paz da diocese de Coimbra, considera que é fundamental “saber falar de Deus” tal como “é preciso saber falar de ciência”.

“Quando a linguagem é competente” e “dá espaço para o diálogo, a proposta não é muito difícil”, reconhece.

Salomé Peixoto, dos «Jovens Sem Fronteiras», organização ligada aos espiritanos, considera que “o testemunho da Fé e do Cristo vivo têm de permanecer como horizonte, porque não é esvaziando de sentido a mensagem que se consegue cativar o recetor”.

Para a especialista em Ciências da Comunicação, os jovens precisam de uma Igreja capaz de evoluir e de se adaptar às novas realidades, sobretudo, que desça dos altares e vá ao seu encontro”.

Salomé Peixoto deixa a certeza de que “a Igreja tem sabido diagnosticar o afastamento dos mais jovens e procura o seu lugar nas comunidades online”.

“Não me refiro apenas ao clero, os jovens cristãos devem ser os primeiros a falar de Deus aos seus amigos”, precisa.

Exemplo disso mesmo chegou de um grupo de jovens da igreja «Stella Maris», da comunidade dos padres carmelitas descalços do Porto, que iniciou a Quaresma com um convite em versão SMS: «Hoje iniciamos como cristãos o tempo da Quaresma. Jesus convida-nos a mudar de vida. Que gostarias de mudar? Escuta o teu interior e recorda algumas palavras do Evangelho».

Para cada vez mais jovens, a escolha de ser católico não é uma condicionante cultural ou social, mas uma opção pessoal, seja na redescoberta do seu batismo seja na decisão de serem batizados, depois de um percurso de preparação.

Ao longo desta semana, o programa da Igreja Católica na Antena 1 (22h45) apresenta cinco dessas histórias.

OC

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