Especialistas da Santa Sé consideram lícita a cirurgia falhada para separar gémeas siamesas

Depois de dois dias de uma cirurgia arriscada e sem precedentes, as gémeas siamesas iranianas Laleh e Ladan Bijani, de 29 anos, morreram na mesa de operação. As mortes encerraram o esforço de 28 especialistas e 100 assistentes para separá-las no Hospital Raffles, em Singapura. Apesar deste desfecho trágico, a Igreja Católica considerou ontem moralmente lícita a operação para tentar separar as duas siamesas. Como explicou o vice-Presidente da Academia Pontifícia para a Vida, D. Elio Sgreccia, a cirurgia “cumpria as condições necessárias para ser eticamente aceitável”, ou seja, a presença de uma patologia grave, o consenso das duas pacientes, a possibilidade de sucesso e a equipe médica era preparada e todas as precauções haviam sido tomadas. Também Mons. Mauro Cozzoli, professor de teologia moral Universidade na Pontifícia Lateranense de Roma, é do mesmo parecer. Para ele, é preciso considerar que a equipa médica decidiu e realizou a operação “com ciência e consciência”. “O que quer dizer que a única intenção era curar e salvar a vida de ambas e com perspectivas de sucesso. Por esse motivo, não se pode avaliar eticamente a operação pelo seu resultado”, disse a Radio Vaticano. “A coragem das duas gémeas de se submeterem à cirurgia deve ser respeitada”, declarou o Padre Joseph Gallagher, professor de Teologia moral na Academia Alfonsiana de Roma. O docente afirmou também compartilhar do desejo das duas irmãs de terem uma vida nova, não só do ponto de vista físico, mas também “do ponto de vista espiritual”.

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