Especial: 81 alunos concluíram o Curso Básico de Teologia da Diocese do Algarve

«Foi uma mais-valia, cheguei à conclusão que nós todos, cristãos, deveríamos ter um curso assim aprofundado» – Bruno Rodrigues

Foto Centro de Estudos e Formação de Leigos do Algarve

Tavira, 10 jul 2024 (Ecclesia) – 81 alunos concluíram o Curso Básico de Teologia para agentes pastorais da Diocese do Algarve, realizado pelo Centro de Estudos e Formação de Leigos (CEFLA), via online, desde 2021, sendo o último exame este sábado, 6 de julho.

“Correu bem, graças a Deus. As minhas notas estão boas. A intenção era fazer melhor, não necessariamente mais, mas sempre aberta àquilo que for um desafio para colaborar, sempre aquela ideia de que ‘recebi de graça, dai de graça’”, disse Isabela Neves, da Paróquia de Tavira, em declarações à Agência ECCLESIA.

A catequista de Adultos, de um grupo especial, dos pais que levam os filhos para a catequese, e Ministra Extraordinária da Comunhão explica que o Curso Básico de Teologia para Agentes de Pastoral “ajudou a sistematizar conhecimentos” que, “muitas vezes, que andam muito dispersos”.

“O que me levou, o ponto de partida, foi querer fazer um pouco mais. O resultado foi saber muito mais. Na prática, também creio que se não tivessem exames, porque houve a possibilidade de fazer o curso só assistindo, acho que passava muita coisa ao lado”, desenvolveu Isabela Neves, para quem este curso “é uma grande mais-valia” e recomenda “vivamente”, acrescentado que estes alunos finalistas podem partir para novas formações “com outra visão”.

Bruno Rodrigues, também da Paróquia Tavira, explica que ficou interessado neste Curso Básico de Teologia desde a edição anterior, queria “aprofundar mais os conhecimentos”, e, agora que terminou, afirma que “ajudou bastante na caminhada, no aprofundamento da fé”.

“Ou seja, uma experiência bastante enriquecedora, que acima de tudo acabou por me ajudar mesmo a aprofundar a minha fé. O curso foi uma mais-valia, cheguei à conclusão que nós todos, cristãos, deveríamos ter um curso também assim aprofundado, não digo tanto por três anos. Há muitas pessoas que não estão bem informadas do que é a Igreja, do que é o ser cristão”, disse à Agência ECCLESIA.

“O curso, pelo menos a mim, noto isso, sai diferente do que era antes, nós vamos crescendo e vamos amadurecendo, eu senti que amadurecia bastante. E ainda tenho um grande caminho pela frente, mas sinto que cresci bastante graças ao curso, ver as coisas de uma outra ótica”, acrescentou o também Ministro Extraordinário da Comunhão da Diocese do Algarve.

Começou em 2021, em regime online, e está a terminar o Curso Básico de Teologia para agentes de pastoral da Diocese do Algarve, realizado pelo Centro de Estudos e Formação de Leigos do Algarve, que teve um programa de estudos com 18 disciplinas semestrais, lecionadas por 14 professores, da diocese algarvia, de Beja e de Évora, eram três aulas por semana, à segunda e quarta-feira, e incluiu seis jornadas intensivas presenciais.

Foto Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Foram 81 alunos de várias paróquias da Diocese do Algarve, empenhados nas suas comunidades como catequistas, ministros extraordinários da comunhão, diáconos permanentes, leigos sem serviço ou mandatados para serem os responsável pela paróquia.

António Valério é diácono permanente desde 2019, foi ordenado há cinco anos, no dia 16 de junho, e teve de fazer este curso, inscreveu-se novamente para uma atualização, porque há “sempre coisas e relembrar as matérias”.

“Houve coisas novas, a matéria era no fundo a mesma, houve algumas diferenças por que foram outros os professores. A Antropologia já foi outra pessoa”, observou o colaborador da Paróquia da Matriz de Portimão.

António Valério realça que a “preparação tem que ser todos os dias”, mas frequentar o Curso Básico de Teologia é diferente de “estar a ler, procurar, estudar” porque têm “alguém que transmita a matéria”, e, se em 2019 a formação foi presencial, esta realizou-se em regime online.

“Deus também se aproveita de muitos modos para transmitir a mesma coisa; o presencial tem sempre outra apreensão, a pessoa fala logo na altura. Em termos económicos agora foi mais barato, porque a deslocação, eu, por exemplo, sou de Portimão, e era para as Ferreiras, dois dias por semana era dispendioso”, referiu o diácono permanente.

Já Adriano Guerra, vereador no Município de Faro, também se inscreveu, começou a formação. porque “quis aprofundar os conhecimentos na fé, conhecer melhor a Bíblia, também interessa a parte ritualista da Missa”, mas não concluiu o curso.

“Infelizmente, o meu trabalho é demasiado absorvente e não pude assistir a várias aulas, ia estudando pelos apontamentos que os professores iam enviado, mas consegui aprender muita coisa. Durante o curso vi que não podia acompanhar com profundidade, ainda fui a sessões presenciais”, acrescentou o vereador, que tem diversas áreas como a de Gestão Financeira e Patrimonial.

Adriano Guerra é católico praticante, não tem paróquia fixa, nem colabora com nenhuma, e vai à Missa “a várias paróquias de acordo com as possibilidades”, como a São Francisco e da Sé de Faro.

“Como alguém diz, ‘o Estado é laico, mas o povo não é’: obviamente, na decisão não possa fazer qualquer tipo de distinção”, assegurou o vereador.

Os dois entrevistados da Paróquia de Tavira destacaram também a oportunidade desta formação ter sido realizada online, para além da participação fez com que “muita gente conseguisse acabar o curso”, e o apoio da família.

“As jornadas intensivas também foram muito importantes, porque depois do online perde-se aquela ligação com os outros, e quando estamos presencialmente, com toda a gente, seja com os professores, seja os colegas, é sempre uma mais-valia. Acho que online e, de vez em quando, um dia inteiro, um sábado, foi muito importante, essa jornada intensiva e presencial”, comentou Bruno Rodrigues.

Depois do último exame, no sábado, dia 6 de julho, Isabela Neves recorda também a “última cadeira”, Doutrina Social da Igreja que “é difícil uma pessoa tocar nela, porque é muito grande e muito intenso”, e para a qual, o professor, um padre jesuíta, pediu um trabalho complementar; e, com Bruno Rodrigues, fizeram um “levantamento das valências sociocaritativas” de Tavira e conversaram com oito associações e o município.

“Também sinto que nos abre o diálogo com Deus. Não que algumas vezes estivesse afastado, mas há uma outra visão que é apresentar-lhe estas realidades todas que agora estão a surgir na minha vida”, acrescentou a leiga Carmelita Descalça, sublinhado que o curso foi “muito bom, muito bom, muito positivo”.

Bruno Rodrigues, 43 anos, é engenheiro sénior de serviços numa empresa de tratamento de águas, e conta que esta formação também o tem “ajudado muito, mesmo no dia-a-dia”, no trabalho a conseguir levar Cristo às pessoas, “porque acabou por dar mais ferramentas e mais conhecimentos” para essa parte da evangelização.

“Antigamente, podíamos estar a falar de qualquer coisa e notava que me faltava argumentos, ou encaminhava para um sacerdote ou seja o que for. Agora é diferente, já tenho mais argumentos e já consigo essa parte que nós somos todos chamados, nós batizados, a levar Cristo às pessoas, e, pelo menos, a deixar uma sementinha”, desenvolveu, acrescentando que “quando há oportunidade” é que toca mais no assunto, “porque, infelizmente, hoje em dia, se for quase do nada, as pessoas fecham os ouvidos”.

A Eucaristia de encerramento do Curso Básico de Teologia para agentes de pastoral foi presidida pelo diretor do CEFLA, o padre Mário de Sousa, no dia 23 de junho, na Sé de Faro; o bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, juntou-se aos finalistas no final da celebração.

CB

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