Certames começam esta quinta-feira em Lisboa e no dia seguinte no Porto, até 13 de setembro
Lisboa, 26 ago 2020 (Ecclesia) – As editoras católicas Paulus, Paulinas e a Difusora Bíblica vão marcar presença na Feira do Livro de Lisboa, a partir desta quinta-feira, bem como as Publicações Jesuítas que também participam no certame livreiro do Porto, que começa no dia seguinte.
“A feira traz-nos um pouco de esperança que as pessoas possam conhecer as novidades que foram lançadas mas sobretudo para nós a feira deve ser um marco na abertura do comércio, do mercado depois da pandemia. O contacto com os nossos interlocutores, o contacto com o mercado editorial”, disse o diretor editorial da Paulus Editora, o irmão Tiago Melo, em declarações à Agência ECCLESIA.
O padre António Valério, da Companhia de Jesus (Jesuitas), destacou que “é um fórum por excelência de mostra dos livros e da atividade editorial”, por isso, vão participar nas duas feiras do livro, em Lisboa e no Porto, que começam esta quinta e sexta-feira, respetivamente.
“Neste ano reveste-se ainda de maior importância, apesar dos constrangimentos. Durante alguns meses a atividade editorial esteve praticamente parada, este certame é importante para relançar os livros que fomos publicando ao longo deste tempo e são novidades úteis e importantes”, desenvolveu o diretor nacional da Rede Mundial de Oração do Papa em Portugal sobre as Publicações Jesuítas.
A diretora da PAULINAS EDITORA assinalou que a participação na feira do livro “é sempre um momento importante sobretudo para um contacto com os leitores”, com os leitores que não vão às livrarias e “só conhecem às vezes através do online”.
“É um espaço excecional para este contacto direto e para esta comunicação que o Papa Francisco tanto insiste e precisamos, depois deste confinamento está tudo desejoso de encontrar-se, comunicar, mesmo sem nos podermos abraçar”, acrescentou a irmã Eliete Duarte.
A Difusora Bíblica, dos Franciscanos Capuchinhos, está a comemorar 65 anos e regressa este ano ao evento livreiro da capital, “que é importante”, com um stand próprio, algo que já não acontecia desde 2005, e vão também assinalar os 65 anos da revista ‘Bíblica’, “que continua a ser publicada de dois em dois meses”.
“Embora não sendo o período mais simpático, fim de férias e início de aulas, poderá ser uma feira que cumpra o seu papel de espaço de cultura, de troca de experiência entres os editores, quer com os gostos e preferências dos leitores, conversar com eles, e tudo isso é bom sobretudo depois deste tempo de muito confinamento, precisamos de interagir mais com os leitores e todos aqueles que gostam de ler e de cultura em geral”, disse frei Luís Leitão.
O administrador da ‘Difusora Bíblica’ adiantou que, no stand D72, na zona nascente do Parque Eduardo VII, vão apresentar, por exemplo, um livro sobre “os animais na Bíblia”, uma tradução de um original francês, edições bíblicas, e os livros relativos à Sagrada Escritura, bem como livros de poemas de frei Lopes Morgado.
Frei Luís Leitão salienta também que os Capuchinhos vão dar destaque à sua revista ‘Bíblica’ e à sua app (aplicação) da Bíblia que “possibilita as pessoas terem a Bíblia completa no telemóvel, é gratuita” e foi “feita de raiz e desenvolvida” por frei Hermano Filipe.
O diretor editorial da Paulus Editora adiantou que têm “uma novidade na coleção Youcat”, o ‘o curso da fé’ que “promete não atingir só o público principal, que é a juventude, mas todos os fiéis”.
Segundo o irmão Tiago Melo vão ter também livros na área da saúde, uma reflexão do presidente do Movimento ‘Comunhão e Libertação’, “sobre o despertar da humanidade neste tempo de pandemia”, “títulos que podem ajudar a fazer um caminho interessante ainda nessa passagem turbulenta da Covid-19”, e para o futuro anuncia “a última biografia do Papa emérito Bento XVI” que estão a traduzir e “é um trabalho muito delicado”, para além de representarem outras editoras, como as Edições Carmelo, a Cáritas, e os livros do santuário.
Nos pavilhões das Publicações Jesuítas – A28, em Lisboa, e 28, no Porto -, os leitores encontram as publicações das editoriais do Secretariado Nacional do Apostolado da Oração – Editorial Apostolado da Oração, Frente e Verso, Apostolado de Imprensa –, as publicações da Faculdade de Filosofia – Aletheia, e da revista ‘Brotéria’.
O padre António Valério destaca o livro ‘Alegria e Misericórdia’, com artigos de vários teólogos sobre a teologia do Papa Francisco para as famílias, que foi coordenado pelo padre Miguel Almeida, o atual provincial dos Jesuítas em Portugal, “um contributo bastante importante e significativo para o debate sobre a família hoje”.
“Numa área bastante diferente mas um lançamento muito curioso” é o livro ‘A avó conta a Bíblia – A vida de Jesus’, que, segundo o sacerdote, é para pais e familiares lerem “aos filhos mais pequeninos, de Thereza Ameal com ilustrações de Isabel Girão, que tem também “atividades práticas” e é “um modo diferente de abordar as histórias do Evangelho”, e ainda um livro sobre “rezar com Inácio de Loyola, com propostas de oração”.
A Paulinas Editora é a única destas publicações católicas que vai promover debates e apresentação de livros na Feira do Livro de Lisboa, como a conversa sobre D. Manuel Martins, o primeiro bispo de Setúbal, com Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, e o Moita Flores, com moderação de Nuno André.
“Praticamente todos os sábados e todos os domingos temos ações”, salienta a irmã Eliete Duarte, destacando também a apresentação dos livros ‘Ressurgir – 40 perguntas sobre a pandemia’, com debate, ‘Falava-lhes através de parábolas’, do padre Sílvio Couto; ‘A tua voz no meu silêncio. Tudo me fala de Ti’, de José Luís do Souto Coelho e para crianças a revista ‘Mais tu’, uma parceria com a Escola Maria Ulrich, e as autoras vão estar na feira.
A religiosa salienta que querem “fazer uma grande promoção do livro em geral”, que ficou parado nos últimos tempos, nos stands B36/B38/B40, e destaca também ‘Diferente e unidos, Com-único, logo existo’ do Papa Francisco.
Em declarações à Agência ECCLESIA, os quatro responsáveis editoriais partilharam que durante o confinamento provocado pela pandemia Covid-19, entre março e maio, a procura online nos seus diversos sítios na internet e redes sociais aumentou mas “não foi suficiente para compensar quebras nas livrarias”.
O padre António Valério destaca que “o livro religioso ainda vende muito mais nas livrarias do que nos canais online” e, neste contexto, o irmão Tiago Melo destaca que a “pandemia foi uma grande escola, um grande observatório” e a irmã Eliete Duarte convidou “todos os leitores” a visitarem os stands porque vão “encontrar muitas novidades e preços acessíveis”.
A 90.ª Feira do Livro de Lisboa, a segunda maior edição da história – 117 participantes em 310 pavilhões, começa esta quinta-feira e termina a 13 de setembro, no parque Eduardo VII, e é organizada pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), com o município local; Segundo a organização, o uso de máscara é obrigatório e o recinto vai estar limitado a 3300 pessoas em simultâneo, cumprindo as regras de distanciamento impostas pela Direção-Geral da Saúde e aplicando um manual de boas práticas distribuído pela APEL.
No Porto, a feira do livro organizada pela município local começa um dia depois, esta sexta-feira, tem um limite de 3500 pessoas, 119 stands inscritos, e também termina no dia 13 do próximo mês nos Jardins do Palácio de Cristal, com o mote ‘Alegria para o fim do mundo’.
CB