Multidão celebrou festa da padroeira nacional, Nossa Senhora das Dores, no Santuário mariano de Sastin
Sastin, Eslováquia, 15 set 2021 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje à Missa no Santuário mariano de Sastin, na Eslováquia, assinalando a festa da padroeira nacional, Nossa Senhora das Dores, onde pediu uma fé atenta ao sofrimento do mundo.
“Uma fé que não se fica pelo abstrato, mas faz-nos entrar na carne e nos torna solidários com os necessitados. Esta fé, ao estilo de Deus, humilde e silenciosamente levanta o sofrimento do mundo e irriga os sulcos da história com a salvação”, disse Francisco, na sua homilia, perante cerca de 60 mil pessoas.
A intervenção destacou a imagem de Nossa Senhora das Dores e apontou a “uma fé que se torna compaixão, que se torna partilha de vida com quem está ferido, quem sofre e quem é constrangido a carregar aos ombros pesadas cruzes”.
A celebração é a última do programa da 34ª viagem internacional do Papa, que se iniciou este domingo, em Budapeste e Bratislava.
O Santuário de Sastin é um destino de peregrinações há vários séculos e, durante o regime comunista na antiga Checoslováquia, tornou-se um símbolo da resistência da comunidade cristã.
O Papa apresentou, na sua homilia, a figura de Maria como “modelo de fé”, destacando três caraterísticas, “o caminho, a profecia, a compaixão”.
“A Virgem é modelo da fé deste povo eslovaco: uma fé que se põe a caminho, sempre animada por uma devoção simples e sincera, sempre em peregrinação à procura do Senhor”, indicou.
Caminhando, venceis a tentação duma fé estática, que se satisfaça com algum rito ou tradição antiga; em vez disso, saís de vós mesmos, levais na mochila as alegrias e os sofrimentos, e fazeis da vida uma peregrinação de amor a Deus e aos irmãos. Obrigado por este testemunho”.
Francisco declarou que Deus “subverte as lógicas do mundo” e sublinhou que hoje são precisos “profetas”.
“Cristãos que sabem mostrar, com a vida, a beleza do Evangelho: que são tecedores de diálogo onde as posições se tornam rígidas; que fazem resplandecer a vida fraterna na sociedade, onde muitas vezes nos dividimos e contrapomos; que difundem o bom perfume do acolhimento e da solidariedade, onde muitas vezes prevalecem os egoísmos pessoais e coletivos; que protegem e guardam a vida onde reinam lógicas de morte”, precisou.
A peregrinação anual do 15 de setembro ao Santuário de Sastin acontece há três séculos, celebrando a festa da “Santíssima Virgem das Sete Dores”.
O Papa começou o dia, neste local, com uma oração em privado com os bispos da Eslováquia, tendo oferecido ao santuário nacional a Rosa de Ouro, uma das distinções mais importantes concedidas por um pontífice.
OC